Olá, bom-dia
Sejam bem-vindos a mais uma Arquivo VISÃO, a newsletter quinzenal que lançámos, no ano passado, com o objetivo de recuperar alguns dos melhores trabalhos publicados na revista nos últimos 29 anos. Acreditamos que os artigos, que aqui se recordam, podem ajudar-nos a compreender o tempo presente, além de permanecerem atuais e de, de alguma maneira, contrariarem a natureza intrinsecamente efémera do jornalismo. Neste domingo de legislativas antecipadas, lembramos uma grande entrevista com Chico Buarque, publicada na nossa edição de 24 junho de 2004, por ocasião do lançamento, em Portugal, de Budapeste, o terceiro e muito premiado romance do escritor. Escritor, ponto e vírgula, já que Chico – a “única unanimidade nacional”, nas palavras do humorista brasileiro, já desaparecido, Millôr Fernandes – não se vê como tal, o que, aliás, faz questão de dizer, e de repetir, no decurso da conversa com a VISÃO. Na receção dos hotéis, quando lhe perguntam pela profissão, é como músico que Francisco Buarque de Hollanda, o quarto de sete filhos do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda e da pianista amadora Maria Amélia Cesário Alvim, continua a apresentar-se. “Sou um músico que escreve livros”, afirma.