Na primeira manhã de liberdade de Timor-Leste, Xanana Gusmão acorda na sua nova casa da montanha, após duas horas e meia de sono. Na cabeça tem ainda as sensações da noite anterior, da festa da independência, do seu próprio discurso de primeiro Presidente da nova República. Assoma à porta da casa, uma construção longitudinal de linhas arquitectónicas simples. Passeia no jardim implantado num socalco, perscruta a costa norte da ilha, varre com o olhar a mata de cafezeiros e o cabo longínquo rompendo pelo mar turquesa. O arvoredo denso tomba sobre as águas.
São 7 e 10 da manhã quando outro madrugador desperta para este cenário deslumbrante. É Jorge Sampaio, que vem de dentro e se junta ao antigo guerrilheiro na contemplação da natureza. Com um simbolismo evidente, o chefe do Estado do antigo país colonizador transmite ao mais inexperiente Presidente do mundo – porque mais recente o seu saber – a sua solidez de político de longo curso.
Timor-Leste: O dia seguinte
A 20 de maio de 2002, após longos anos de ocupação indonésia, Timor-Leste tornava-se um estado soberano. Leia aqui a reportagem do enviado especial da VISÃO, Carlos Cáceres Monteiro
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