É demasiado fácil ser enganado quando estamos em viagem fora da nossa zona de conforto. A familiarização com o espaço circundante e novo leva a que, infelizmente, muitos se aproveitem.
A Europa, com as suas muitas atrações, é notoriamente um continente propício a este tipo de esquemas e armadilhas.
Deixamos algumas dicas de como minimizar as hipóteses de ser enganado.
- Em primeiro lugar questione sempre um ‘grande negócio’. Quando não estamos em férias e nos deparamos com um negócio que parece ‘bom demais para ser verdade’, rapidamente chegamos à conclusão que não passava disso mesmo. Não deveria, por isso, ser diferente quando estamos fora da nossa zona de conforto. Se lhe oferecem um negócio que parece demasiado ‘fantástico’, não se sinta pressionado para o validar. Demore o tempo necessário, faça pesquisa e tenha garantias de que está a tomar uma boa decisão.
- Tome conhecimento antecipado da moeda do país para onde vai, porque uma das primeiras coisas com que se vai deparar é com a unidade monetária. Nunca é tempo perdido tirar uns minutos para conhecer as moedas e notas e os respetivos valores. Por exemplo, as moedas de dois euros são muito idênticas a moedas que já saíram de circulação mas que continuam no mercado, como as de 500 liras (moeda italiana antes do euro). Ou as moedas de cinquenta cêntimos que são similares às de cinquenta centavos brasileiras. Acontece também em muitas cidades os turistas serem inundados por casas de câmbio (umas mais oficiais do que outras). Nestes casos devemos estar preparados para lidar com a moeda local e com a conversão inerente às taxas de câmbio.
- Antes de viajar faça uma pequena pesquisa por ‘esquemas para enganar turistas’ no destino que escolheu para saber se há truques favoritos. Saber o que procura vai ajudá-lo a contornar situações que podem arruinar as férias. Há alguns esquemas prediletos que estão um pouco por todo o lado. Como o caso do ‘anel perdido’, em que alguém se aproxima e questiona se perdeu algum anel e acaba por mostrar um suposto aro de ouro e tenta vendê-lo por um valor muito acima do que aquilo que pagou por ele. As pulseiras da sorte (que podem tomar diversos significados) que em Portugal são colocadas nos braços dos turistas antes que eles consigam dizer uma palavra, levando a que comprem não só aquelas que já estão no pulso como outro tipo de artigos que o ‘vendedor’ traga.
- Quando chega ao destino é conveniente questionar os habitantes locais ou elementos do local de estada ou até mesmo companheiros de viagem que já por ali tenham passado sobre áreas a evitar ou incidentes recentes e de nota. Ninguém conhece melhor o local do que aqueles que já viveram experiências em primeira mão. Esta partilha de informações tem como ponto positivo o facto de se fazerem novos amigos ou tomar conhecimento de outros locais a visitar, como sejam recomendações de bares e/ou restaurantes.
- O cartão de crédito deve ser alvo de preferência nos pagamentos quando o dinheiro vivo acaba (e se tiver sido enganado o mais provável é que não o volte a ver). Para a maioria dos cartões consegue-se negociar um prazo de 60 dias para a cobrança das taxas, o que significa que pagar com o cartão é uma excelente forma de recurso, caso as coisas se compliquem. Também por esta razão devemos ter cuidado com acordos de pagamento adiantado sem contemplar o prazo dos 60 dias. Ter atenção também à proteção contra esquemas fraudulentos que alguns cartões oferecem. É conveniente tomar conhecimento dos termos em que as companhias atuam e não confiar que depois cumpram.
- Embora pareça algo que nunca acontece, facto é que quando estamos fora da nossa zona de conforto ficamos com as defesas menos ativas e acabamos por dar a conhecer detalhes da nossa vida privada que não seria suposto. No que diz respeito à utilização do cartão de crédito ou de identificação por terceiros, só o devemos fazer com quem nos sentirmos confortáveis. Tenha particular atenção com vendedores ‘agressivos’ ou que empregam táticas para acelerar o negócio. Cuidado também com aqueles que oferecem um negócio para o qual não estão credenciados. O mais provável é que façam parte de um núcleo organizado em esquemas turísticos.
Por fim, e sem qualquer ordem específica, o uso do senso comum por vezes resulta melhor do que qualquer aviso prévio. É relativamente fácil baixar a guarda quando estamos a relaxar numa magnífica praia europeia. Não é agradável passar as férias em constante estado de alerta e é suposto haver diversão, mas o uso do senso comum e confiar nos instintos é importante preservar. Será mais fácil encontrar o balanço ideal entre diversão e atenção se olhar para os sinais de alerta como se estivesse na sua zona de conforto. Planeamento e pesquisa e um olho treinado, podem fazer a diferença entre as suas férias de sonho e um pesadelo de férias.