Esta manhã, 5 de Março, apanhei o comboio Inter-cidades de Albufeira para Lisboa; uma linha já muito habituado a fazer, que pouco interesse dou para lá da janela, a não ser que nada tenha com que me entreter.
Hoje como habitual tenho o portátil para ouvir música, e a revista da VISÃO que folheei os artigos que mais me interessaram. Não me apeteceu ler política, crise, nem tragédias, logo de manhã. A minha atenção mudou de sentido, quando me apercebi que o rapaz e a rapariga que estão atrás de mim são estrangeiros com um passe de Interrail… que arrepio! Um arrepio cheio de recordações, um sorriso escondido e um olhar pela janela fora. De repente, apeteceu-me olhar para este Alentejo de maneira diferente da que é costume. Senti-me em viagem, como se estivesse perdido nos comboios da Europa, perdido nas paisagens e no tempo. Que saudades de apanhar um comboio à hora que calhasse, com destino a uma cidade de eleição, a sentir que estava a percorrer o mapa; a viajar à velocidade que os comboios nos deixam. Os aviões aceleram este processo, mas já não é viajar, passa a ser deslocar.
Tenho pena de quando chegar a Lisboa, perceber que a rotina volta ao normal, mas ainda assim: que belas 3 horas de viagem pela Europa.