Por ele passaram dezenas de obras lendárias: Roma, Cidade Aberta, Férias Romanas, O Terraço, A Grande Parada, Arroz Amargo e, claro, La Dolce Vita. Por ele os romanos levantaram as vozes, quando, em 1917, o viram modificado pelas mãos do arquiteto Marcello Piacentini que o “transformou” num edifício Art Nouveau.
Os romanos dessa época continuavam a preferir o rigor neoclássico dos baixos-relevos da cultura nacional, com que esta sala de cinema construída em 1907, com o nome de Lux e Umbra, fora erguida. Durante décadas, sucederam-se as cerimónias, as grandes estreias e as festas culturais que transformaram este espaço no local de eleição da Roma cinéfila.
Em 1970 muda de nome: passa a chamar-se Etoile, até ao seu fecho definitivo, que aconteceu em 1991.
Reabriu este ano, com a fachada “restaurada” e as salas interiores marcadas por outras fitas; reabriu como outro nome Maison Roma Etoile e com outro dono a Louis Vuitton que “prometeu” manter a luz desta estrela acesa, nomeadamente prosseguindo a sua vocação cinematográfica.
Todos os meses será apresentada aos visitantes novas curtas-metragens, baseadas num tema selecionado – Roma vista pelo cinema clássico italiano é o tema inaugural, que contará com obras de Nanni Moretti, Federico Fellini e Paolo Sorrentino. Mas, claro, não será esse o seu “principal negócio”.
Na Maison Louis Vuitton Roma Etoile vende-se moda – mas quem é que duvida que a moda também é uma grande arte?