Conta-se que, em certa ocasião, um famoso ator norte-americano ficou à porta do Opus, por não ter reserva feita. A história não nos foi confirmada, mas, com um sorriso bastante revelador, Tony Amaro, um dos proprietários, confirmou-nos que, “na maior parte das noites, sem reserva feita, é quase impossível jantar” neste restaurante. Situado num prédio vitoriano em pleno centro do Yorkville district, um dos mais distintos bairros de Toronto, o restaurante Opus é um dos pontos de encontro da beautiful people da capital da província do Ontário.
Gente da finança, das artes e da política, que se reúne no ambiente chique, mas ao mesmo tempo bastante informal, do restaurante de Mário e Tony Amaro, dois irmãos portugueses de 55 e 51 anos, naturais da ilha de São Miguel, Açores, que transformaram o Opus numa referência da restauração canadiana. Chegaram de São Miguel em 1968 e abriram o restaurante em 1992. “Já tínhamos experiência na área, pois temos também uma empresa de importação de vinhos e sempre pensámos em abrir uma casa com estas características. Foi uma aposta que deu certo”, adianta Mário.
É que, para além da excelência do menu, da responsabilidade do chef canadiano Jason Cox, no qual pontificam pratos inspirados nas gastronomias de diversas latitudes, mas com especial incidência nos produtos sazonais e locais, o grande trunfo deste restaurante é a sua extensa lista de vinhos. Apresentada ao cliente num iPad, é composta por mais de 2 500 néctares oriundos do mundo inteiro entre os quais 160 portugueses.
Uma variedade única, com cerca de 50 mil garrafas em stock, reconhecida pela prestigiada revista americana Wine Spectator, que atribuiu ao Opus o seu Grand Award em 2009, incluindo o estabelecimento dos irmãos Amaro na exclusiva lista de 72 restaurantes, a nível planetário, que, desde 1981, receberam esta distinção. “Temos clientes de todo o mundo, que ligam a reservar mesa com meses de antecedência, só para beber um determinado vinho”, explica Tony.
À chegada, os comensais são sempre recebidos por um dos irmãos. À medida que as pessoas entram, nota-se uma grande cumplicidade entre todos. “Mantemos uma relação muito próxima com os clientes que se sentam à nossa mesa. Aliás, mais do que clientes, são amigos”, explica Mário, que nos recebe, também ele, com um caloroso abraço de boas vindas.
Tal como o alegado ator americano, não tínhamos reserva feita, mas não há regra sem exceção e, num dos cantos do restaurante, junto a uma janela panorâmica, é-nos preparada uma mesa. “Faço questão, até porque não é todos os dias que recebemos visitas vindas de Portugal”, graceja Mário, enquanto nos guia pelo restaurante.
A refeição começa com várias entradas (coelho com glacê de nabo e puré de couve; caranguejo do Alasca, camarão e amêijoa ao vapor com funcho, açafrão e alho negro; foie gras do Québec com maçãs caramelizadas e puré de passas de uva), a que se seguem os pratos principais: faisão do Ontário e foie gras com aveia de mirtilo e Early Grey Jus, mais uma lagosta do Atlântico com risotto de aipo e trufa preta e musselina de crustáceos. Tudo acompanhado de vinhos do Douro, da casa Quinta do Crasto. “Sempre que possível, aconselhamos vinhos portugueses e os clientes normalmente gostam “, revela Mário
OPUS
Prince Arthur Avenue, 37, Toronto, Canadá
Aberto toda a semana das 17h30 às 23h30 para jantares e serviço de bar até às 02h00
Tel: 416 921 3105
www.opusrestaurant.com
Preço médio por refeição: €100