É uma experiência única. Desbravar dois mil quilómetros de rio na Grande Amazónia fica na história de qualquer um. Sobretudo quando se está a falar de uma parte do rio ainda não explorado comercialmente, como é o caso. De Manaus, Brasil, a Iquitos, no Peru, com uma breve passagem pelas zonas de fronteira da Colômbia, numa semana. Do Rio Negro, em Manaus, sobe-se pelo Rio Solimões, de águas amarelas, até praticamente onde tudo começa, no Perú, onde cerca de 160 rios que nascem nos Andes se juntam, começando a formar o Amazonas. E então, quase tudo pode acontecer: uma arara que nos pousa no braço, um macaco que nos olha do cimo de uma árvore, um jantar de pirarucu, uma pesca de piranha, um rappel ao topo de uma árvore mais velha que o tempo, um tucano que nos vigia, um bicho preguiça que nos enternece, uma anaconda que se agarra com raiva ou até uma onça domesticada que se afaga com medo. E o rio Amazonas sempre a inundar-nos os olhos de tão imenso. A natureza explode-nos em cada passo.
Foram estes instantes que o empresário Mário Ferreira, da Douro Azul, registou e que mostra neste portfólio fotográfico realizado especialmente para a VISÃO, que o acompanhou nesta aventura. O homem que já explora o Douro com navios-cruzeiro quer agora “exportar” o negócio e ser pioneiro na introdução de turismo fluvial no percurso Manaus-Iquitos. O primeiro navio-hotel, para viagens de uma semana, deverá estar a navegar em 2012. Até lá, Mário Ferreira, (e a equipa de jornalistas com que se fez acompanhar), teve de vencer caminho através de vários meios de transporte: avioneta, hidroavião, piroga, barquito a motor, lancha rápida e até triciclo motorizado. Se não é muito aventureiro, e se acha que é demasiado esperar até 2012 pelo conforto que pode ter, vá picando a imaginação viajando através destas fotos.