O slogan já se lê por aí: “Se quer ser solidário com a Madeira, vá de férias.” Se a ideia é divertir-se ao mesmo tempo que ajuda, a Festa da Flor, que decorre entre 15 e 18 de Abril, é certamente a melhor das alturas para expressar toda a sua solidariedade.
Façamos de conta que nada aconteceu, esqueçamos por momentos a lama de todos os sobressaltos, para lhe transmitir o ambiente e as sensações que todos os anos se vivem na ilha, duas semanas depois da Páscoa. Atrevemo-nos mesmo a começar pelo odor, porque se os artigos pudessem ter cheiro este teria até o condão de pôr o leitor a espirrar. O nome da Festa já diz tudo. São flores mesmo, verdadeiras, e estão por toda a parte: flores de pé, flores envasadas, flores naturais, flores criadas em viveiro. A Madeira sai à rua e converte a sua principal cidade num imenso arranjo floral, em que grande parte dos habitantes se envolve, decorando casas e montras, fazendo muros de esperança (paredes de verdura onde as pessoas colocam flores), que simbolizam a paz no mundo.
Sábado amanhece com tapetes de flores coloridos sobre a calçada portuguesa da Avenida Arriaga. Os flashes dos turistas oscilam entre elas e o cortejo dos pequenos que tem lugar nessa manhã: centenas de crianças, de todas as escolas do ensino básico da ilha, desfilam de flor na mão, da Avenida até à Praça do Município, onde um enorme e simbólico Muro de Esperança aguarda que cada uma coloque a sua flor. No final, dezenas de pombas brancas são largadas e voam por cima das crianças, num espectáculo emocionante que só terminará mais tarde, com muita música. E a animação nas ruas continua até à tarde do dia seguinte, com o desfile do Cortejo da Flor.