O embaixador da Bélgica, Rudy Huygelen, abriu hoje as portas da sua residência oficial, em Lisboa, para uma conferência de imprensa em que a Brussels Airlines apresentou a sua estratégia para o mercado português.
A aposta é clara – a Brussels Airlines quer crescer em Portugal e a TAP é o parceiro ideal para esse objectivo. Desde o dia 26 de Outubro que as companhias de bandeira belga e portuguesa partilham os seus voos em sistema de codeshare, o que permite aumentar a frequência de voos entre as duas capitais. Neste momento existem cinco diários de Lisboa, dois do Porto e outros dois semanais de Faro, sendo que no Verão todos os dias haverá ligações a Bruxelas a partir do Algarve. A companhia flamenga é a única transportadora estrangeira a voar a partir de todos os aeroportos continentais de Portugal. Entre Janeiro e Setembro deste ano cerca de 100 mil passageiros voaram entre Lisboa e Bruxelas. Mas os planos são de alargamento dos voos em codeshare para Madeira e Açores, de um lado, e Áustria, Alemanha, países escandinavos e Reino Unido, de outro. Lisboa é, hoje, um dos dez principais destinos dos voos do Aeroporto de Bruxelas, com mais de 440 mil passageiros transportados em 2008. Apesar da crise económica, a carga transportada pela Brussels, nos meses de Agosto e Setembro de 2009, aumentou em todos os aeroportos continentais de Portugal, face ao período homólogo.
Rudy Huygelen, embaixador da Bélgica, reconheceu que há muitos compatriotas a voarem para Portugal, mas nem tantos portugueses a irem para a “capital” da União Europeia. “Acho um óptima ideia virem para ver Lisboa e conhecerem os portugueses e a sua maneira simpática de receber. Da nossa parte tem de haver um maior aposta na comunicação da Bélgica como destino turístico”, afirmou.
A parceria da Brussels insere-se num projecto mais ambicioso – a integração, a nove de Dezembro, na rede Star Alliance (a maior associação de companhias aéreas do mundo, com 25 operadoras a aterrar em 1.070 aeroportos, de 171 países). A juntar a este facto está a nova situação empresarial da principal companhia belga, já que, desde Junho passado, o grupo Lufthansa controla 45% das suas acções, com opção de adquirir os restantes 55% até 2011. Ainda assim, a Brussels Airlines opera com marca, base, serviços e estratégia própria, aproveitando as potencialidades do codeshare e do programa de fidelização da Lufthansa – Miles and More -, que é o programa de fidelização de milhas líder na Europa.
Os planos da aérea belga estão muito bem definidos, como adiantou Frederic Dechamps, vice-presidente da Brussels Ailines para as vendas na Europa: “Queremos tornar Bruxelas um hub de distribuição de passageiros na Europa central e capitalizar toda a experiência que temos em África”. Recorde-se que a antecessora da Brussels, a Sabena, operava no continente Africano, desde 1923, e que, actualmente, a companhia belga voa de Bruxelas directamente para mais de 14 destinos no Oeste Africano e região dos Grandes Lagos.