PLANEAR A VIAGEM:
A Indonésia, o maior arquipélago do mundo, tem aeroportos nas principais ilhas, num total superior a mais de uma centena, e vários portos de águas profundas. Denpasar (Bali), Jacarta, Jogyakarta ou Surabaya (Java), Makassar ou Manado (Sulawesi) e Ternate e Ambon (Molucas) são só alguns dos aeroportos internacionais.Da Europa, as principais companhias que voam para a Indonésia são a Air France (França), a KLM (Holanda) e a Lufthansa (Alemanha).
Na Indonésia, as viagens entre ilhas são muito baratas, com um bilhete de avião a custar pouco mais de 20 euros. Da Europa para a Indonésia, um bilhete pode ser adquirido por menos de mil euros, mas depende da época do ano e da antecedência com que é comprado.
DEVE SABER:
Formalidades de entrada – É necessário visto para entrar na Indonésia. A embaixada da Indonésia em Lisboa faculta-o em dois dias, mas os portugueses podem adquirir o visto no aeroporto, à entrada no país.
Clima – Quente e húmido, com temperaturas entre os 28ºC e os 35ºC durante todo o ano. A estação seca é entre Julho e Setembro e a das chuvas vai de Dezembro a Março.
Idioma –A língua oficial é o indonésio (ou bahasa indonesia), mas é fácil encontrar quem fale inglês.
Moeda – Rupia. Um euro equivale sensivelmente a 11.700 rupias. É possível trocar dinheiro à chegada e na maior parte das cidades, incluindo nas mais pequenas, há caixas de Multibanco. O uso do cartão de crédito é também comum na maior parte dos locais.
Precauções sanitárias – Não é obrigatória qualquer vacina. Recomenda-se medidas preventivas para quem viaje para zonas rurais, onde ainda existem alguns riscos de malária. Devido a casos da “gripe das aves” nalgumas zonas rurais, aconselha-se a leitura de informação sobre esse tema. Deve ter-se também cuidado com saladas e só beber água engarrafada.
Diferença horária – Mais sete horas no Verão e mais oito no Inverno.
DORMIR:
Em Jacarta, o Meridien cobra cerca de 50 euros por noite. Em Yogyakarta, aconselhamos o Mercure, ainda mais barato e muito bonito, aproveitando um edifício majestoso do início do século passado. Em Bali, também o Mercure, mesmo junto à praia, na zona de Sanur, ou o Novotel Benoa, também na praia e mais central. Para saber mais informações sobre Tlogo Agro Plantation, consulte o site do resort em www.tlogoagro.net.
COMER:
Aconselhamos que abra os braços à gastronomia indonésia. Prove de tudo; vai adorar, especialmente se gosta de molhos picantes. O peixe está presente em todas as refeições, bem como o arroz e o chili. A bebida nacional é a água, porque os indonésios, maioritariamente muçulmanos, não bebem bebidas alcoólicas. Ainda assim, nos bons restaurantes, é possível encontrar vinho, ainda que muitas das vezes importado, e a cerveja nacional, Bintang, é fácil de adquirir em toda a parte e uma agradável surpresa. Não se esqueça de a pedir fresca.
FAZER:
Em Jacarta, visite o Museu Nacional, com uma grande colecção de artefactos pré-históricos, arqueológicos e etnológicos. Tem salas para cada uma das principais ilhas e grupos étnicos. O Museu de História, num antigo edifício colonial holandês, com uma sala só dedicada à presença de Portugal no arquipélago. Ou o museu dos têxteis, que tem uma colecção de 327 tipos de têxteis, provenientes de todo o país. Se sair à noite, conheça Chinatown, a zona mais animada de Jacarta.
Em Bali, faça desde um passeio de submarino para ver o fundo do mar (425 mil rupias – aproximadamente 40 euros), experimente o rafting no maior rio da ilha, o Ayung, (195 mil rupias), ou delicie-se com todos os tipos de desportos aquáticos (de 55 mil o parasailing aos 450 mil o mergulho em Nusa Dua). Uma volta de um dia a Kintamani e Sukawati custa 235 mil rupias, ou pelo mesmo preço visite Tanah Lot e Makan Malam Jimbaran.
Em Jogyakarta é obrigatório visitar o vulcão Merapi e o templo budista de Borobodur. A não perder também o Palácio do Sultão, construído em 1790 e um exemplo da arquitectura javanesa. Visite o castelo aquático Tamansari (que faz parte do palácio), um intrigante e secreto mundo de piscinas e flores usado pelo sultão e pelas suas concubinas. Combina arquitectura javanesa e portuguesa (só está aberto ao público de manhã). E dê um salto ao mercado local, famoso pela venda de todo o tipo de pássaros, ao templo de Prambanan, às dunas de Parangkusumo (muito acima do nível do mar e classificadas como património mundial), ou às praias de Glagah e Siung, rodeadas de campos verdejantes e óptimas para descansar.
CURIOSIDADE: Herança Portuguesa
Em Dezembro de 1511, Afonso de Albuquerque, que conquistara recentemente Malaca, enviou para o arquipélago indonésio uma expedição de três navios e 120 homens portugueses, encabeçada por António de Abreu, com o intuito de procurar especiarias. Os portugueses viajaram ao longo da costa de Sumatra, Java, Bali, Lombok, Sumbawa, Flores e viraram em direcção a norte alcançando Banda, uma das Molucas, em meados de 1512.
Através da procura de especiarias nas Molucas iniciaram-se os contactos entre portugueses e indonésios. A política portuguesa de feitorias, fortalezas e igrejas era aplicada em parte, ou na totalidade, dependendo das áreas e da época. Depois da queda de Malaca em 1641, a presença portuguesa no arquipélago indonésio começou a diminuir gradualmente devido ao ataque sistemático dos holandeses. Apesar de uma presença efémera, e seguida de uma perda de contacto por mais de três séculos, a herança cultural portuguesa na Indonésia ainda hoje se faz sentir (linguagem, música, arquitectura).
Publicado na edição número 27 da revista “Rotas do Mundo” de Julho de 2007