QUANDO IR
A partir de Fevereiro e até meados de Junho é a melhor altura. No Verão, as viagens são pouco aconselhadas a Marraquexe porque as temperaturas sobem bastante, embora em Agadir e Essaouira sejam amenas ao longo de todo o ano.
DEVE SABER
Formalidades de entrada – Para os cidadãos portugueses, basta o passaporte em dia.
Idioma – A língua oficial é o árabe. No Sul do país, a língua mais habitual é o berbere, existindo vários dialectos. O francês é falado na maioria das cidades, e nalgumas zonas mais turísticas como Agadir, o alemão e o inglês.
Divisas – A moeda oficial é o dirham (11,288 dirhams = 1 euro). Pode trocar à chegada a Marrocos, existindo bastantes caixas automáticas nas cidades. À saída não pode trazer dirhams, pelo que é aconselhável deixar só mesmo uns trocos para as últimas compras. Muitos restaurantes e hotéis aceitam euros.
Precauções sanitárias – Não é obrigatória nenhuma vacina, ainda que seja recomendável ter a do tifo actualizada e da hepatite. Não convém beber água não engarrafada. Fora dos hotéis deve evitar comer fruta com casca ou saladas cruas.
Telefone – Para telefonar para Marrocos deve marcar-se o prefixo internacional (00) seguido do código do país (212) e do número do destino (sem o 0 inicial).
Telemóveis – O seu uso está bastante disseminado e não há dificuldades na cobertura. Os três operadores portugueses têm contratos de roaming com as congéneres locais. No entanto, seja moderado: o custo das chamadas sai bastante mais caro do que na Europa.
Comércio – O comércio segue os horários europeus. Na tarde de sexta-feira, há alguma flexibilidade por ser o principal dia de orações.
Internet – Algumas tele-boutiques oferecem acesso à Internet, mas o melhor é recorrer aos hotéis, onde meia hora de navegação pode custar até 5 euros.
Gorjetas – Convém ir prevenido com moedas, pois qualquer carregador, guia, motorista ou empregado de mesa espera uma gorjeta, um complemento para os ordenados baixos. E há até quem peça 10 dirhams para deixar que lhe tirem uma fotografia.
Outras informações – O acesso às mesquitas e lugares santos é interdito a não muçulmanos, excepto a Mesquita Hassan II (Casablanca) ou o Mausoléu Mohamed V (Rabat).
ANDAR POR LÁ
Os autocarros são frequentes e ligam as principais cidades. Há diversas empresas particulares como a Supratours, mas a principal é a CTM (Compagnie de Transports Marrocains). Os comboios circulam apenas até Marraquexe, não indo mais a sul. Há dois tipos de táxi: o petit táxi, com taxímetro, que só circula dentro das cidades, e o grand táxi, um táxi colectivo, onde as pessoas vão entrando e saindo como se fosse um autocarro. Se escolher um sem taxímetro, combine o preço à partida. Se alugar um carro, tenha cuidado com as multas. Apesar de o trânsito ser caótico em Marraquexe, nas estradas e dentro das localidades a Polícia fiscaliza com insistência os limites de velocidade e as infracções.
FAZER E VER
Em Marraquexe
O minarete da Koutoubia, o ponto de referência da cidade, visível de qualquer sítio, cuja origem remonta ao século XII e que terá servido de modelo â torre Giralda de Sevilha. O
Palácio da Bahia, um palacete do século xix de um grão-vizir, ricamente decorado com mármores italianos e tectos trabalhados e cenário para alguns filmes e documentários. O Jardim Majorelle e o Museu de Arte Islâmica. Também o Jardim Al-Menara, muito visitado pelos locais, com muitas oliveiras e um enorme lago artificial, onde à noite se fazem espectáculos de luz. E os túmulos saadianos, junto à mesquita da kasbah, albergam o mausoléu dos principais príncipes saadianos, incluindo o de Ahmed al-Mansour, que terá derrotado o rei português D. Sebastião. Evite ir à tarde quando se formam grandes filas de visitantes. Nos arredores, visite o Vale d’Ourika, cujo nome será originário de uma princesa portuguesa, segundo a lenda.
Em Essaouira
O Skala da kasbah (a esplanada da fortaleza onde estão os canhões), o Skala do porto, os vestígios da antiga igreja portuguesa e as marcas que os portugueses deixaram na arquitectura. Os passeios de cavalo e camelo na praia são bastante apreciados, bem como as aulas de windsurf. Em Setembro, há o Festival dos Andaluzes Atlânticos que costuma unir Marrocos, Espanha e Portugal sob o signo da música. O canto e a dança dos Gnaoua (descendentes dos escravos) marcam a cidade no Festival Gnaoua e Músicas do Mundo, de 23 a 26 de Junho.
Em Agadir
Ver o que resta da antiga kasbah e o Jardim de Olhão, que assinala os nossos laços históricos com Marrocos (os portugueses estabeleceram ali a feitoria de Santa Cruz do Cabo de Guê no século XVI) e a geminação da cidade algarvia de Olhão com Agadir. Além das plantas e árvores exóticas, o jardim tem um parque infantil, uma pequena galeria e um café-restaurante. Ainda o Val des Oiseaux e o passeio no Petit Train que liga a zona dos hotéis aquele parque no centro.
DORMIR
A oferta de hotéis e casas semelhantes a turismo de habitação (maison d’hôtes) é bastante vasta. Em Marraquexe sugerimos o Tikida Garden (www.marrakech-tikida.com), com uma enorme piscina.
Em Essaouira, o hospitaleiro Riad al-Madina (www.riadalmadina.com) e, em Agadir, o Méridien Palais des Roses (www.palaisdesroses.com), que possui a maior piscina de África, em socalcos, ideal para férias com crianças, mesmo ao pé da praia. Dali se avista também um pôr-de sol inesquecível.
COMER
A gastronomia magrebe é uma das mais variadas do Norte de África. Os seus pratos mais típicos são os famosos cuscus (base de sémola de trigo cozida ao vapor, com um guisado de borrego ou de frango com legumes) o mechoui (borrego assado), a tajine (estufado de carne de borrego, vitela, frango ou peixe, servido com diversas guarnições e num prato típico de barro com uma tampa pontiaguda, normalmente feito nas brasas), a pastilla (massa folhada recheada com carne e amêndoas, mas que também pode ser com pombo na zona de Marraquexe ou com marisco em Agadir), a harira (uma sopa de legumes espessa), as saladas de legumes cozidos e os clássicos kebabs. Ao pequeno-almoço, os crepes, as pancaquecas e os croissants misturam a tradição local com a francesa. A doçaria é igualmente deliciosa (semelhante à algarvia) e a bebida nacional é o chá de menta, que se bebe em qualquer ocasião.
COMPRAR
Os marroquinos são conhecidos pela sua hospitalidade e, regra geral, os comerciantes são também assim, excepto alguns mais persistentes. Nas compras de artesanato, nos souks de Marraquexe ou de Essaouira, a arte do regateio ainda é cultivada, embora os preços já não sejam muito baixos. Os tapetes, sobretudo os berberes, os couros, as cerâmicas e o óleo de argão valem mesmo a pena. Em Essaouira, a joalharia é também de qualidade, tal como o mobiliário e artigos em madeira de thuya, uma árvore muito resistente semelhante ao ébano. Veja na Place Moulay Hassan, a principal da cidade, na “Afalkay Art”.
NA REDE
www.tourism-in-morocco.com – O site oficial do turismo contém visita guiada, escolha de destinos, informações úteis, bilhetes de avião, mapas, selecção de hotéis, etc.
www.morocco.com – Mais informações sobre o reino, com pormenores sobre aluguer de viaturas e alojamento.
www.tourisme-agadir.com – Informação sobre a cidade balnear, com pesquisa de alojamento e conselhos úteis.
www.essaouiranet.com e www.essaouira.com – Alojamentos, restaurantes, actividades, lazer e conselhos práticos.
www.madein-marrakech.com – O portal oficial da cidade, com bastante informação útil, agenda de eventos, saídas à noite, hotéis, lazer e compras.
Publicado no número 14 da revista “Rotas do Mundo” de maio de 2006