sara belo luís
As eleições de que os portugueses não querem saber (mas deviam)
Não são apenas os cidadãos a ter a perceção de que a sua vida não é afetada pelas decisões tomadas no Parlamento Europeu e, por isso, tendem a abster-se mais nestas eleições. A verdade é que até os próprios partidos políticos as desvalorizam
Ei, rapazes, mas que deriva é essa?
O problema não é os mais velhos terem ideias envelhecidas. O problema é os mais novos – mais educados, mais viajados, mais privilegiados – preferirem ideias desajustadas do tempo em que vivem
O que acontece na Rússia não fica na Rússia
Não sendo a Rússia uma sociedade aberta, os últimos anos têm demonstrado ser impossível afirmar que o que se passa na Rússia fica apenas Rússia – sobretudo no que diz respeito ao jogo de luzes e sombras da estratégia europeia em relação à guerra na Ucrânia
O sistema, o jornalismo e a água do banho
Estranho seria que estas novas formas de entender a política, nas quais a mediação jornalística está ausente, não captassem a atenção do eleitorado mais jovem e menos experiente. Não só é natural como é até saudável, eu diria. Se os mais novos não se sentissem atraídos pela novidade, o que seria da inovação, da vontade de arriscar e da esperança num futuro melhor?
Golos e votos
A propósito de futebol, chegados a esta altura do campeonato, pergunta-se: o desempenho de um político num debate pode dar início a um lance de golo, determinando assim o sentido de um voto?
Pode Pedro Nuno Santos ser quem não é?
O que espanta é que tenha sido preciso chegarmos aos Açores para os socialistas pensarem sequer na hipótese de o seu líder poder vir a ser empurrado para renegar, digamos, as suas origens, na ala esquerda do PS
A encruzilhada de Marcelo
O epíteto “o Presidente das selfies” não tem de ter um cariz negativo, caricatural. Marcelo é sábio em matéria de comunicação e, ao usar essa competência, só revela como é superiormente inteligente
Para onde vais, Europa?
Afinal, de que lado está a maioria? Do lado daqueles que, até agora, têm sobretudo feito silêncio? Ou do lado dos que privilegiam os protestos ruidosos como forma de demonstrar o seu descontentamento?
Habituem-se!
Todos os estudos apontam para um elevado número de indecisos. Apesar de alguns desses eleitores poderem vir a decidir-se durante uma longa pré-campanha, o mais natural é que uma boa parte deles o faça apenas nos dias que antecederem o 10 de março. Até lá, viveremos os últimos dois meses da nossa vida relativamente previsível
Não me macem com a Educação
Também gostaria de saber mais sobre a aceleração tecnológica na concentração e na capacidade de ler o mundo destes jovens. Tudo isto é uma maçada muito maçadora, mas qual é a alternativa?
Quem ganha com o incêndio?
Num País periférico, com escassos recursos económicos e humanos, o que restará quando tudo arder?
Porque devemos pôr os olhos na Polónia?
Por isso, é tão cruel que, de há duas semanas para cá, a guerra Israel-Hamas tenha desviado as atenções da guerra Ucrânia-Rússia. E, noutra escala, o mesmo poderá dizer-se das legislativas que, no fim de semana passado, ocorreram na Polónia. Porque devemos, então, fazer um esforço para olhar para o que está a acontecer no Leste da Europa?
Um sindicato de alunos?
O absurdo de prosseguir com um monstro que, em 2023, quase 2024, apenas beneficia os imobilistas do passado terá um custo elevadíssimo no futuro
O milagre de Francisco
A bem de todos, há que manter a esperança num milagre de Francisco. Para a Igreja portuguesa, que nesta semana conhece o nome que sucederá ao cardeal-patriarca Manuel Clemente, não fazer nada da mobilização que, por estes dias, se viveu em Lisboa seria uma desilusão
Jornada Mundial da Juventude: vai ficar tudo bem
A Igreja continua a estar demasiado fechada sobre si própria – a uma instituição com a sua relevância social, em 2023, exige-se menos opacidade e mais transparência, menos silêncios e mais abertura, menos receios e mais coragem, mais luz e menos trevas
Ventos de Espanha
Numa perspetiva cínica, unanimidade existiu, isso sim, sobre quem ganhou o debate da última segunda-feira: o ruído, a desinformação e a abstenção, que, é claro, tende a favorecer os extremos mais mobilizados de um espectro partidário já por si muito fragmentado
Quanto vale 1% da indignação das redes sociais?
Quando é que a morte de centenas de pessoas às portas da Europa, por excelência o continente do legado humanista, deixou de ser manchete e passou a nota de rodapé?
Semana de quatro dias: os trabalhadores não querem trabalhar?
No caso português, apenas os mais jovens, mais escolarizados, possuem instrumentos que lhes permitem experimentar trabalhar de outra maneira. Convém não esquecer que uma boa parte da nossa população ativa não pode sequer dar-se a esse luxo
Isto não é um "requiem" por Lisboa
É por ter essa memória que sei que a Lisboa de hoje não tem comparação com a Lisboa desses tempos. Embora possa parecer, este texto não é um requiem por uma cidade que desapareceu, é um texto com esperança de que, entre passados inventados e requalificações fajutas, no final, possamos viver uma cidade com futuro
Sensibilidade e falta de senso
É absurdo não respeitar a liberdade de criação de um escritor e, pelo meio, ainda reduzir causas fundamentais apenas a questões de linguagem