Mafalda Anjos
Governo planeia de menos e poupa de mais
O nosso forte sempre foi o improviso. Mas precisamos de planeamento e de gastar mais e melhor
Ainda não deu para perceber que as reuniões do Infarmed não funcionam?
Estas reuniões não são mais do que uma espécie de conferência, onde todos vão apresentar os seus pontos de vista. São audições técnicas, mas servem apenas para deixar ideias soltas, pontos numa folha em branco. Para unir estes pontos e traçar um desenho coerente de resposta, o Governo fica sozinho. E isso não faz sentido algum
Esta angústia que não nos larga
Olho à minha volta e vejo uma outra pandemia que toma proporções dramáticas: a da ansiedade e depressão. Silenciosa, cresce quase sem que se dê conta
Chega, Senhora Bastonária?
É cada vez mais claro que Ana Rita Cavaco é uma bastonária com ambições políticas e qual é o território pelo qual alinha
O pequeno e triste espetáculo da vacinação
Com ajudas destas, não tenhamos dúvidas de que este tema será, durante largos meses, território de demagogia e populismo. Com milhares de doses a serem ministradas, há milhares de oportunidades de pequena fraude e compadrio
Ventura, a Maria da Avenida e a voz do desalento
Tenho também muitos amigos e conhecidos que votam no Chega. Pessoas que conheço há décadas, de classe média e alta, que tinham grandes sonhos, mas, na sua maioria, a quem a vida não correu pelo melhor. Muitas carregam consigo frustrações contidas. A maior parte são ex-eleitores do PSD e do CDS, todos com uma coisa em comum: um certo desalento e uma sensação de desilusão com os políticos e as elites em que nunca conseguiram realmente entrar
Escolas, trilemas e falhanços
Quando as escolas reabriram em setembro, foi anunciado que tudo estava pronto para se regressar ao ensino à distância ou a um regime misto se necessário. Foi dito que seriam colmatadas as necessidades das famílias desfavorecidas, esforço este que, digo eu, as empresas de telecomunicações deviam solidariamente comparticipar. E o que foi feito até agora? Se não foi feito o suficiente para se poder agora fazer este recuo, é grave. Como são preocupantes os sinais de algum desnorteio do Governo e de falta de capacidade de antecipação e resposta
Trumps e Frankensteins
Trump foi bloqueado do Twitter, Facebook e YouTube, e as suas contas e vídeos apagados, tal como foram retiradas das lojas de aplicações as redes alternativas como o Parler. O Presidente dos EUA é considerado capaz para deter os códigos nucleares, mas não para se comportar nas redes onde qualquer criança com 14 anos pode ter uma conta
Ministros, responsabilidade e alienação
Estamos de acordo que nem sempre a demissão dos ministros é a melhor solução, se estes agirem como lhes é devido: atuando, sem delongas, sobre o problema de forma eficaz e responsável
Vade retro 2020
2020, que preferíamos esquecer e riscar do calendário, foi em tudo o período mais memorável da História Contemporânea: o ano que nos matou, assustou, fechou em casa, acossou, empobreceu, desumanizou… o ano que o diabo amassou
O Espírito dos Natais Futuros
Não devia competir ao Governo decidir como podemos passar as nossas festas de família, e a que riscos devemos, cada um de nós, estar sujeitos. Não é preciso ser médico ou epidemiologista para perceber que a situação está ainda muito complexa, basta olhar para os gráficos e relatórios diários. Não é só em Portugal, é em toda a Europa
Assim se vê o conservadorismo do PC
Tudo no PCP se rege por mecânicas rígidas, ordens pré-definidas, procedimentos e ideias de base quase imutáveis. O mundo gira e o tempo passa, mas não pelo PCP
A democracia vai autodestruir-se em 3, 2...
Se olharmos para a democracia como um grande ecossistema natural que se autorregula, podemos tentar acreditar que, depois de as pessoas provarem a água e não gostarem, o bem, a decência e a civilidade acabarão sempre por vencer. O problema é que os humanos são peritos a destruir ecossistemas antes considerados indestrutíveis
PSD, Chega e a mínima decência comum
Quando Rui Rio diz que há hipótese de diálogo se o Chega se moderar, está a pedir a uma raposa que não entre num galinheiro com a porta escancarada. É simplesmente contranatura: a ideia de “moderar” um partido extremista é uma contradição nos termos, uma impossibilidade genética. Ao partido extremista que se modera, das duas, uma: ou disfarça-se mal e não convence, ou muda, aliena-se e desaparece
Bye Trump. E adeus a tudo o que Trump inspira, autoriza e legitima
Não é só por Trump padecer de um transtorno de personalidade narcísica evidente, além de ser incendiário, divisionista, mentiroso, irresponsável, populista, racista e machista. Não é só por tudo isto, que já seria muito. É pelo exemplo
Obscurantismo 2.0 e os quatro tipos de negacionistas Covid
Há os alucinados, os libertários, os chico-espertos e os ignorantes. Todos são perigosos, mas uns mais perigosos do que outros
O nosso maior inimigo? A fadiga da pandemia
Há quem peça um regresso a todo o custo à nossa vida normal, porque economia está nas lonas. Há quem apanique porque vê uma pandemia imparável, exija a declaração imediata de um estado de emergência e de um confinamento geral. Normalmente, como em tanta coisa na vida, é no meio que está a virtude
OE 2021: Um orçamento “nem-nem”
Mas também é verdade que há propostas que são pouco mais do que fogo-de-vista: a redução de 2% da retenção na fonte no IRS é apenas um muito ténue alívio fiscal
Haja paciên...sanidade!
O País enfrenta uma pandemia sem fim à vista, uma crise económica devastadora, e desafios sociais e políticos inéditos. Temos uma boia de salvação da Europa – os fundos de recuperação – que só conseguimos agarrar devidamente se por cá nos entendermos
Dosear a medicação com conta, peso e medida
Não vale a pena escamotear o que os números revelam com clareza. Estamos já numa segunda vaga de novos casos da Covid-19, a mesma vaga que tem assolado vários países da Europa, que começaram mais cedo a senti-la, como Espanha, França ou Reino Unido
Descer às trincheiras com André Ventura e Ana Gomes
André quer deitar abaixo o Estado de direito em nome do povo que o Estado de direito visa proteger e construir um Estado totalitarista, Ana arrasta o Estado de direito pela lama quando, porventura carregada de boas intenções, qual milícia popular, compra guerras e dispara em todas as direções