Henrique Costa Santos
2021 Odisseia no Espaço
Se, por um lado, o tsunami da crise pandémica resistiu ao réveillon, saltando a fronteira anual, entramos em 2021 com bazucas e vacinas para o enfrentar. Que venha ele
Regresso à Natalidade
No Natal 2020, amar um familiar é não lhe dar um abraço ou um beijo, e não haverá fiscais-de-linha. Está nas mãos de cada um
Querido Pai Local
Por muito que a compra de uma velinha para oferecer à tia possa não parecer salvar uma economia, pode. Se cada um de nós for mais consciente nas suas compras, estaremos a oferecer prendas mais únicas e originais, com mais significado, feitas por perto, enquanto estendemos a mão a quem nos conhece pelo nome
Anima-te, filho
Em Portugal, onde a depressão e a ansiedade flagram, e o suicídio é a segunda maior causa de morte dos jovens, a resposta popular para os flagelos mentais continua a ser, tantas vezes, “não sejas tão negativa”, “vai ver o mar, que isso passa” ou, simplesmente, “anima-te, filho”
A de avião, B de banana, C de covid
Os alunos pertencentes ao grupo de risco podem participar nas aulas à distância e as autoridades locais de saúde estarão sincronizadas com as escolas para garantir eficácia. Contrapondo isto com o estado da pandemia – sob controlo há três meses –, e com a urgência de os meninos voltarem à sua vida, de onde vem, afinal, a polémica?
O pior cego é o que não quer ler
Ler é apaixonarmo-nos por ideias e imagens que não são nossas, mas passam a ser, elevando-nos em relação ao que éramos
O drinque nosso de cada dia
Não fosse letal a amargura instalada e isto teria um piadão
O racismo nunca existiu
“Privilégio branco é ter a certeza de que nenhuma dificuldade enfrentada na sua vida teve a ver com a cor da sua pele”, li algures. Eu, por exemplo, tenho esta certeza. De caras. Assumir que esta diferença é real (e que não é um pormenor) é o primeiro passo na luta pela justiça e não custa nada, garanto
Avó Maria cheia de graça
A solidão mata. O desespero também, como a ansiedade e a depressão. Há histórias encantadoras de famílias que se aproximaram, de proles negligentes que acordaram para a importância dos mais velhos – um efeito positivo da pandemia - mas não foi sempre assim. Não podemos voltar a ignorar a atenção devida na relação com quem já não tem a nossa idade
A desglobalizar é que a gente se entende
Nos últimos meses, os governantes disseram-nos para comprarmos produtos nacionais e ninguém passou fome por isso, ao que parece. Ao que parece. Nada disto é uma resposta absoluta, nem um modelo simplex, mas seria de desejar que cada país e cada região criassem estratégias locais para a mudança global
O Big Virus está a vigiar-te
Se, para uns, a quarentena foi um ciclo romântico que permitiu aos pais atarefados conhecerem melhor os filhos ou levou casais a experimentar segundas luas de mel – a quarentena Disney - há gente para quem o isolamento não foi um mar de rosas, séries e receitas de pão caseiro, tendo antes ateado fogo a problemas graves
O essencial é visível aos olhos
O que aconteceu nos últimos meses é demasiado visível e importante para ser esquecido: há novos meios para equilibrar trabalho e qualidade de vida, há trabalhos fundamentais que merecem respeito e recompensação urgente. Vem aí uma tempestade, já se sabe, mas observar e aprender é o mínimo ao nosso alcance