Crónicas
Nos sapatos de Rita Pereira. Crónica de Joana Marques
Saudades dos tempos em que Rita dizia que estava a tomar antibiótico para combater uma “gripe viral”, e confundia as luzes do Estádio da Choupana com a lua
Três fábulas para os dias de calor
David puxou de uma faca, Abdel fez o mesmo, e logo se golpearam mortalmente um ao outro. O bode e a cabra acompanharam o drama de longe
Brincar aos pais e às mães. Crónica de Joana Marques
As mães têm experiência acumulada, de séculos a reordenar o território, não são como António Costa, aquele padrasto desleixado, que vê o enteado chumbar ano após ano
Quem se lembrará do que me irei esquecer?
Quero contar que até há pouco tempo a minha mãe sabia de cor a morada da pensão, mas agora esqueceu-se, e por isso não poderei lá ir, nem chegar perto, sequer
Em defesa de Mário Ferreira. Crónica de Joana Marques
O que poderia este pobre homem fazer?! Provavelmente, a mulher andava a pressioná-lo para vender o barco. E já sabemos como são as mulheres quando começam a implicar com tralhas que os maridos compraram
Encontros imediatos. Crónica de Joana Marques
Foi numa quinta de casamentos que me cruzei com este activista anti-DGS e, de facto, por mais estranho que pareça, o dia em que se diz o “sim” é perfeito para os profetas da negação espalharem a palavra
Se isto é uma mulher
Nunca dei por mim a pensar, Ah, como gostava de ter um filho. O que há em mim que mereça ser continuado?
Abaixo o turismo de mochila. Crónica de Joana Marques
Covões deseja ao País o mesmo que os reis dos filmes Disney desejam às suas filhas casadoiras: que escolham um príncipe rico, em vez de se apaixonarem por pobretanas
Educandos do Twitter. Crónica de Joana Marques
Twitter e Instagram insistem em comportar-se como se fossem nossos pais, “não podes ver mamilos femininos!”, e como se tivéssemos 5 anos, “o Bob Esponja e o Ventura são muito violentos!”
Sinais interiores de pobreza. Crónica de Joana Marques
Consigo falar desapaixonadamente de Bruno Paixão porque é um árbitro que não me diz muito. É tipo Nirvana: sei o que é, mas tocou mais a geração do meu irmão
A solitária aprendizagem da maldade
Ainda não sabia ler nem escrever, mas desde sempre tudo me ensinava que nós éramos brancos e eles não, nós éramos colonos e eles não
Meia-noite, no jardim do Bem e do Mal
Mantive-me calada a maior parte do tempo e subitamente, Queres que te ofereça o meu colar?, perguntou-me a Adília Lopes, levando a mão quase infantil às contas do colar de madeira que trazia
Mia Couto: Contra o esquecimento
São contos em forma de crónica, crónicas em forma de conto, uma vez por mês, na revista VISÃO, e agora recolhidas no livro "O Caçador de Elefantes Invisíveis", uma edição da Caminho já nas livrarias. O JL entrevista o escritor que defende uma superação pela positiva do passado, sem esquecimentos
O colchão
Com o andar do tempo, as mãos da minha mãe foram perdendo agilidade. Deitada sobre o seu colo, eu sentia um desgosto antigo travando-lhe os dedos. Não é no rosto, é nas mãos que a idade se revela
Parabéns, Shane
Ele sabia bem dessa outra dimensão. Os pais haviam-no iniciado no consumo de drogas ainda ele não tinha dez anos, Não tive escolha, declarava sem amargura, Vivi o que tive de viver. Aprendi com o Shane que tudo se pode contar. O absurdamente trágico e o desprezível banal. As palavras são o que nos resta para tentarmos tornar compreensível aquilo que não o é
Sobre dizer adeus
Ao que parece, quando dizemos adeus estamos a enunciar uma versão abreviada da expressão “recomendo-te a Deus”. Ou seja, nesse momento somos um utilizador de uma espécie de Tripadvisor divino. O ser humano de quem nos despedimos tem, na nossa opinião, características que Deus poderá apreciar
Cabrita de Deus que tirais o pecado do mundo
Quando foi nomeada ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem precisou de ajuda para ler o juramento porque, segundo disse, se tinha esquecido dos óculos. E assim se fez história: nos últimos quatro anos, foi a primeira vez que um titular do cargo de ministro da Administração Interna assumiu a responsabilidade por uma falha
"O Caçador de Elefantes Invisíveis", de Mia Couto: Tradutor de mundos
As crónicas do escritor moçambicano na VISÃO, agora reunidas em livro, revistas e aumentadas, oferecem-nos um retrato expressivo de Moçambique, num olhar diferenciado sobre a atualidade
As moscas zumbem em fá
Talvez seja a melhor maneira de nos apresentarmos a um viajante intergaláctico: eu nasci num mundo em que as moscas zumbem em fá
Germano Silva: ‘‘Tenho pena de que os portuenses não conheçam a sua cidade”
Acabado de chegar a uns redondos 90 anos, Germano Silva lança novo livro, com (mais) 50 crónicas sobre o Porto. As memórias, na primeira pessoa, do jornalista e de um dos fundadores da VISÃO, historiador, doutor honoris causa, comendador que não se deixa deslumbrar e... portuense que nunca provou uma francesinha