4 olhos

Enquanto as paredes das suas muralhas parecem cada vez mais vistosas e até luxuriantes para quem vê de fora. O império chinês definha nas suas entranhas, com recorrentes hemorragias internas, difíceis de estancar. Esta úlcera que ataca os órgãos essenciais chama-se capitalismo.É o que se lê no último filme de Zahangle Ja-Zhe,

Factualmente é o maior filme que Joaquim Leitão já fez, mas provavelmente também será o melhor.

O conhecimento de causa (saber o que está a filmar) afasta radicalmente Basil das Zonas J e empreitadas semelhantes. Há uma sensação de verdade transversal ao filme, para a qual contribui certamente o trabalho com os atores e a liberdade na criação o guião. É por isso que o aparente realismo curiosamente coexiste com um plano fantástico, mágico, de feitiçarias e superstições, que faz parte da cultura africana daquele pedaço de África em Portugal.

Três Curtas-Metragens mostram a produção recente da O Som e a Fúria. E antes de mais, Sandro Aguilar, claro está...

Um filme sobre o resgate do tempo, que é tão impossível recuperar como enfrentar sozinho a Máfia chinesa. O herói sai sempre a perder.

Manoel de Oliveira volta a surpreender pelo seu olhar, sagacidade e densidade filosófica naquele que talvez seja o seu melhor filme da última década

Não entrando na fábula encantatória de Meia-Note em Paris, Woody Allen faz uma comédia encantadora. Com o seu melhor humor, menos psicótico e mais solar. Foram assim as histórias que Roma lhe pediu que contasse.

Um filme épico e magnífico, grande e grandioso. Um clássico instantâneo

Um filme de férias de verão, mas podia serum filme de Natal. E só não é um feel good movie porque vem com uma dose de nostalgia acoplada a um satélite. Como as bolas de espelhos das discotecas ridículas que giram mas não saem do mesmo sítio. Ou um comboio que nunca se dispõe a fazer marcha atrás

Separam-nos fátuas, cordas, credos, medos e enredos... Uma Separação (Urso de Ouro em Berlim) um filme que começa num afastamento conjugal e acaba num fosso social.O vencedor do Oscar para o melhor filme estrangeiro sai agora em DVD

Não há uma rotura radical de estilo ou de linguagem, mas Tabu talvez fique para a história (entre outros feitos) como o início de uma nova fase de um jovem realizador que já não é assim tão jovem quanto isso. Quem chamava a Miguel Gomes o cineasta da infância vai ter que lhe arranjar outra alcunha. Isto apesar da frescura dos seus filmes anteriores se manter intacta. Mas a frescura não pode ser sempre a mesma se não torna-se seca. O que se repete em Tabu é a capacidade de surpreender o espectador

O Deus da Carnificina (o título português sugere um filme de terror), o melhor filme de Polanski dos últimos dez anos, tem a estrutura simples de uma peça de teatro para quatro personagens

Separam-nos fátuas, cordas, credos, medos e enredos... Uma Separação (Urso de Ouro em Berlim) um filme que começa num afastamento conjugal e acaba num fosso social

Nanni Moretti, de forma subliminar, sem entrar por uma euforia anticlerical, não abordando sequer os pontos mais polémicos, derrota este Vaticano enquanto nos diverte num filme hilariante

Neste apocalipse novo, o implacável Lars Von Trier erradica de vez o planeta e seus desprezíveis habitantes. E o resto é silêncio e Melancolia

O dia em que Freud entrou dentro da alma de um Papa. Como sempre faz Moretti nos seus filmes, também aqui ele não cerca a instituição religiosa e aponta ao alvo. Ele limita-se a rondá-la e nisso é certeiro

A pele é protecção e uma espécie muito particular de cárcere num dos mais estimulantes filmes de Almodóvar da última década

A quarta vez em que Georges Clooney para para detrás das câmaras. Não é tão deslumbrante como o seu Good Night and Good Luck, mas está cheio de traições e contra-traições, e gente a esgatanhar-se na estrumeira da política americana. Sobretudo tem um naipe de "assessores" absolutamente notável

Mais do que uma personagem, Tintin é uma presença. E essa rede de reconhecimentos será o primeiro dos riscos corridos por Spielberg e Jackson na adaptação

Os Famosos e os Duendes da Morte, a primeira longa de Esmir Filho, é um rebenta-clichés. Vemos brasileiros de camisola de lã, tristes e deprimidos, a dançar em bailes de tradição germânica e a ouvir música em inglês

Os anos 20 até podem ser fantásticos, mas faltavam-lhes filmes do Woody Allen.