Redes de pesca, cordas, sacos e copos de plástico envolvidos numa massa compacta foi o cenário encontrado por uma equipa de investigadores do Scottish Marine Animal Stranding Scheme (SMASS) – um grupo escocês responsável por investigar a morte de baleias e golfinhos – depois de ter realizado uma autópsia ao animal.
Na página de Facebook do SMASS, o grupo divulgou as imagens e aproveitou para explicar que a enorme quantidade de plástico encontrado no estômago da baleia poderá justificar o facto de o animal ter ficado preso no areal, embora não existam evidências de que esse tenha sido o motivo da sua morte: “O animal não estava particularmente em más condições e, embora seja certamente plausível que essa quantidade de detritos tenha sido um fator para encalhar, não conseguimos encontrar, na verdade, evidências de que isso tenha afetado ou obstruído o seu intestino”.
O grupo acrescentou ainda que “os detritos encontrados no estômago desta baleia terão sido ingeridos em qualquer local, entre a Noruega e os Açores”.
“Isto serve para demonstrar, mais uma vez, os perigos que o lixo marinho e as artes de pesca perdidas ou descartadas podem causar à vida marinha”, concluiu o post.
O alerta foi recebido pelas autoridades costeiras da ilha durante a última quinta-feira, depois de os moradores locais terem avistado na praia o corpo do animal. “Foi extremamente triste, especialmente quando as redes de pesca e os detritos saíram do estômago dela”, lamentou um dos moradores da praia vizinha.
Segundo dados do SMASS, o número de baleias e golfinhos presos nos areais das parais ecocesas tem aumentado significativamente nos últimos anos. Os valores registados em 2018 – 930 casos – quadriplicaram em relação aos números de 2009 – 203 ocorrências.