Estiveram lá Massimo Botura, Mauro Colagreco, Alex Atala e Antonio Bachour, “só” quatro dos maiores chefes do mundo. Este encontro único aconteceu dia 1 de dezembro, no passado domingo, em South Beach, Miami, nos Estados Unidos. E não foi num ecrã, mas ao vivo, a cozinharem em conjunto, num menu exclusivo.
E se estamos aqui a falar da terceira uma edição do mítico Once Upon a Kitchen (as duas anteriores foram em Nova Iorque) é porque este ano Portugal esteve lá representado por duas marcas, na sala de concertos New World Symphony, da autoria de Frank Gehry.
Nem admira muito que a Vista Alegre seja uma dessas marcas, pois já tem uma ligação estreita com alguns chefs internacionais. Inclusivamente, Alex Atala usa loiça portuguesa no seu restaurante em São Paulo. Mas desta vez, depois de muita conversa por Skype com a organização deste mega jantar, e depois de um empurrão da Chef’s Agency, a empresa criou um prato raso especial, alusivo ao Once Upon a Kitchen, com o logotipo e as assinaturas das quatro estrelas, que foi oferecido a todos os participantes. “As 350 unidades foram produzidas na nossa fábrica e o design também é da nossa responsabilidade”, esclarece Catarina Alvarez, diretora de marketing da Vista Alegre.
A segunda marca também já está bem firmada além-fronteiras e, por isso, houve uma rápida abertura da organização a que se servisse vinho da casa Niepoort durante o jantar. Depois de terem mandado amostras para os chefes provarem, asseguraram que o chefe Antonio Bachour desenvolveu uma sobremesa com base em chocolate e que ela foi acompanhada de um vinho do Porto Colheita 1997. “Trata-se de um acontecimento que também é importante para Portugal, logo quisemos dar o que temos de melhor”, nota Dirk Niepoort, à frente da empresa familiar, com sede no Douro, no norte do País.
Os nomes de alguns conceituados chefes tornaram-se ainda mais conhecidos do grande público, depois de a série Chef’s Table, da Netflix, os ter retratado em documentários realistas. Por isso, muitos saberão que, normalmente, quem quiser apreciar a gastronomia de Botura terá de ir à sua Osteria Francescana, em Modena, Itália. No caso de Colagreco, ele brilha no Mirazur, em Menton, França, enquanto que Atala está no D.O.M., em São Paulo. Já as fotogénicas sobremesas do porto-riquenho Bachour – nomeado o melhor chefe de pastelaria do mundo, em 2018 – só estão à mão de quem viva nos Estados Unidos.
A parte pior deixamo-la para o fim: os bilhetes têm sempre um preço proibitivo para a maioria dos portugueses. Os Silver custaram 1500 euros, os Gold, 2500, os Platinium chegaram aos 3500 e para se ter o privilégio de comer na mesa dos chefes foram precisos cinco mil euros por pessoa. Fica a deixa de que parte do dinheiro angariado reverteu para a associação Food for Soul, de Massimo Bottura.