Criado há três anos pela Varkey Foundation, uma organização sem fins lucrativos fundada pelo indiano Sunny Varkey, como forma de valorizar professores que usam práticas inovadoras nas aulas, incentivando outros a seguir a carreira docente, o Global Teacher Prize já premiou, com um milhão de dólares (cerca de 800 mil euros), Maggie MacDonnell, professora da comunidade inuit, a palestiniana Hanan al-Hroub e a inglesa Nancie Atwell. Em 2016, Portugal chegou mesmo a ter o professor João Couvaneiro entre os finalistas deste que é considerado o Nobel da Educação. Agora, a versão portuguesa da iniciativa, com o apoio da Fundação Galp e da Fundação Gulbenkian, irá premiar com 30 mil euros o melhor professor de Portugal.
Afonso Mendonça Reis, professor na Nova SBE, da cadeira Implementação de Projetos com Impacto, depois de ter conhecido Sunny Varkey e de se ter tornado membro do júri do prémio mundial, é um dos responsáveis por trazer o prémio para Portugal. Apreciador dos professores que conseguem lidar com crianças rebeldes, para Laborinho Lúcio, presidente honorário do júri português, o Melhor Professor “é aquele que consegue levar a escola a cumprir o direito fundamental da cidadania moderna, levando os alunos a participarem na vida pública, económica, política, social e cultural”. No fundo, nada melhor do que um professor que passa por um ex-aluno na rua e vibra e sente-se reconhecido.
Professores, importantes além das aulas
Em maio, dia 3, quando for anunciado o vencedor do Global Teacher Prize Portugal, a organização do prémio quer que os portugueses olhem para alunos, pais, professores, sociedade civil e comunidade educativa como atores de um sistema em que têm um papel de chamar e aproximar todos da Educação. Nesta cadeia, os professores funcionam, para Afonso Mendonça Reis, como “uns distribuidores de jogo”. Para o professor que trouxe este prémio mundial para Portugal, “os professores têm um papel de proximidade, de acesso privilegiado e de complementar a família.”
Até 18 de março (prazo entretanto alargado até dia 25 de março), as candidaturas online estão abertas a todos os professores de todos os níveis de ensino, desde o pré-escolar ao 12º ano, de todas as áreas. Seja do ensino público ou do ensino particular, cooperativo e especial, em atividade em Portugal ou em instituições nacionais fora do País. O que interessa é o ensino ser em língua portuguesa. O vencedor nacional ficará, automaticamente, selecionado para a edição do prémio mundial.
Com as candidaturas online já a decorrerem, são vários os critérios de seleção do melhor professor, como criar impacto nos alunos, na profissão e a inovação que trazem à Educação. “Os critérios tocam não só no que acontece dentro da sala de aulas, mas valorizam muito o envolvimento dos professores na sociedade e o seu impacto além da escola”, explica Afonso Mendonça Reis. Daí que seja obrigatório que 85% do valor do prémio seja usado em projetos extra aulas, de modo a “dar oxigénio ao ímpeto criativo e empreendedor dos professores”.