Normalmente, os buracos negros fixam-se no centro das galáxias e de lá não saem. Por isso, foi grande a surpresa dos cientistas encarregues do telescópio Hubble quando descobriram este buraco negro, a 8 mil milhões de anos luz da Terra, a circular a grande velocidade nos “subúrbios galácticos”, como escreve a NASA.
Como isto aconteceu é outro fenómeno: Marco Chiaberge, do Space Telescope Science Institute, que liderou a equipa de investigadores responsáveis pela descoberta, acredita que terá sido necessária a energia equivalente a 100 milhões de supernovas (a explosão de uma estrela) em simultâneo para descolar o buraco negro descrito como “supermassivo”, ou seja, um autêncio gigante do espaço – estima-se que um destes buracos negros, os maiores de todos, pese tanto com mil milhões de sóis. A explicação mais plausível é a de que este tenha sido empurrado pelas ondas gravitacionais libertadas pela fusão de dois buracos negros, na sequência de uma colisão entre duas galáxias.
As ondas gravitacionais, teorizadas por Albert Einstein há mais de 100 anos, são ondulações no “tecido” do espaço criadas pela colisão de dois objetos massivos, à semelhança, explica a agência espacial norte-americana, do que acontece na superfície de um lago quando se atira uma pedra.
O Hubble captou este gigante a andar a quase 8 mil milhões de quilómetros por hora, ao detetar um quasar (um ponto de luz incrivelmente brilhante) a 35 mil anos luz do centro da sua galáxia, a 3C 186.