Quem dorme pouco pode consumir até mais 50% de calorias, num efeito semelhante ao do consumo de canábis.
Uma experiência da Universidade de Chicago, EUA, realizada ao longo de uma semana, passou por acompanhar 14 voluntários na casa dos 20 anos. Quando dormiam pouco chegavam a consumir mais 50% de calorias num lanche do que quando tinham uma noite de sono saudável, com sete a oito horas de sono.
Durante a investigação, os participantes dormiram na universidade, onde passaram quatro noites a dormir, em média, sete horas e meia. Nas quatro noites seguintes, o tempo de sono foi reduzido para quatro horas e 15 minutos. Fizeram refeições idênticas, três vezes por dia, às 9h, 14h e 19h.
Depois da quarta noite de poucas horas de sono, os voluntários relataram ter vontade de comer menos de duas horas após a refeição.
Erin Hanlon, que liderou a investigação, explica que a privação de sono pode aumentar os níveis do sinal químico endocanabinóide 2-araquidonoilglicerol (2-AG), componente do mesmo sistema atingido pela canábis e que aumenta a vontade de comer.
“Sabemos que a canábis ativa o sistema endocanabinoide e leva as pessoas a comerem demais quando não estão com fome e normalmente preferem doces e alimentos gordurosos”, acrescenta Erin, que publicou o estudo na edição deste mês da revista “Sleep”.
Os níveis de 2-AG atingem o pico por volta de meio-dia e recuam durante a tarde. Nas pessoas que dormem poucas horas, no entanto, os níveis são mais elevados desde cedo, atingem o pico por volta das 14h e permanecem altos até às 21h.