O presidente da distrital do PSD/Leiria anunciou esta quarta-feira à noite, numa reunião com a sua direção, a demissão. Insatisfeito com o processo de construção da lista de candidatos a deputados do partido por aquele círculo eleitoral, Rui Rocha decidiu deixar a estrutura que liderava, assim como o lugar que tinha na Comissão Política Nacional dos sociais-democratas, segundo noticiou esta quinta-feira o Jornal de Leiria.
A saída, escreve o jornal, deve-se à imposição de candidatos por parte da direção nacional dos sociais-democratas, nomeadamente a de Pedro Roque, secretário-geral dos Trabalhadores Social Democratas (TSD), para o terceiro lugar. Essa decisão viria a relegar o atual deputado Pedro Pimpão para o quinto posto, posição que o também presidente da Junta de Freguesia de Pombal, recusou.
“A minha demissão da Comissão Política Distrital e da Comissão Política Nacional é consequência do facto de as estruturas nacionais do partido não terem atendido às questões que a distrital apresentou e não perceber as reivindicações que fizemos”, afirmou Rui Rocha, em declarações ao Jornal de Leiria, saudando, ainda assim, a aposta em Margarida Balseiro Lopes, presidente da JSD, para cabeça de lista. “É uma grande satisfação, mas segue a opção que foi feita para o País. Não houve tratamento especial para Leiria”, nota.
Para Rui Rocha, o facto de Leiria ter, “como referiu o secretário-geral do partido, o ‘único paraquedista’ [Pedro Roque], é uma desconsideração para o distrito”, motivo pelo qual, acrescentou, deixou de “reunir condições políticas” para desempenhar as suas funções. Mesmo salvaguardando que irá “colaborar e dar contributos à lista aprovada e que vai ser sufragada”, o até aqui chefe da distrital pressiona, desde já, a direção do PSD: “Os resultados de 6 de Outubro no distrito serão, em grande parte, responsabilidade da nacinal.”
A VISÃO tentou obter um comentário de Rui Rocha, mas até ao momento tal não foi possível. Recorde-se ainda que a lista de Leiria já tinha estado envolvida noutras polémicas. Primeiro, a cabeça de lista de 2015, Teresa Morais, muito crítica de direção, abdicou de voltar a ser deputada; e, depois, Feliciano Barreiras Duarte chegou a ser proposto pela concelhia do Bombarral.
O nome do ainda deputado e primeiro secretário-geral do PSD na era de Rui Rio viria, contudo, a ser chumbado na distrital, devido aos casos que acumulou. Barreiras Duarte está, de resto, a ser investigado pelo Ministério Público por ter forjado o seu currículo e está igualmente na mira da justiça no processo relativo às moradas indicadas pelos deputados aos serviços do Parlamento.
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