Uma Vez Por Semana
Marcelo, o presidente feliz
Circulou para aí esta semana um vídeo, muito criticado, com ele a dar pulinhos no palco do acampamento do Corpo Nacional de Escutas (aos quais erradamente muitos chamam escoteiros) enquanto gritava “Salta ACNAC! Salta CRAC! Salta CAR…! Salta ARGH” ou algo que soava parecido com isto

E tu? Já assinaste a petição!?
Com ou sem petição, chegarão em breve as máquinas escavadoras para o poço de 31 metros a furar pela terra dentro. Até lá, uns irão assinar e outros talvez rezar

Abrunhosa, Agir e Carlos Moedas
Para não variar, a semana que agora termina foi recheada de bombocas que animaram todas aquelas pessoas que adoram polémicas com a validade do leite do dia nas redes sociais. Ou seja, pessoas como eu

Vamos falar de polyamory!
Ainda estava eu a recuperar do estado de choque e indignação por o algoritmo do facebook tentar impingir-me birkenstocks com desconto como se eu fosse um boomer hippie com problemas de coluna daqueles que vão ao festival Boom brincar à biodanza e eis senão que, pelo instagram, me chega aos olhos o convite para um ‘Polyamory Workshop’

Um aeroporto em cada bairro
Pensem só: Se cada cidade, para além de Lisboa, Porto e Faro, tivesse o seu novo aeroporto, seguindo as boas práticas de Beja, o que não se pouparia nos orçamentos das famílias! Foi certamente este visionarismo que tramou o ministro das Infraestruturas e Habitação e provocou a inveja do senhor primeiro-ministro

Liliana Aguiar, anões e a dopamina
Os estímulos no cérebro causados pela concordância da opinião virtual dos outros com a nossa provoca-nos dependência. Por outro lado, os estímulos no cérebro provocados por discordarmos violenta e virtualmente dos outros também nos provoca dependência

Longe dos russos
Aqui perto do oceano longe dos russos, a fugir à ministra sobre o caos nos hospitais, à inflação na conta do supermercado e da bomba de gasolina, à subida das taxas de juro na prestação da casa, à condutora do tuk tuk que partiu a janela de um elétrico, à guerra que continua para lá do admissível

Cavaco Silva, a Guiné e o Buçaco
O artigo, que António Costa afirma não ter lido - tal como aliás Cavaco assegurava não ter conhecimento de nenhuma das notícias que lhe eram desfavoráveis - é uma provocação ao atual primeiro-ministro

Os portugueses, médicos e monstros
Que impulso selvático levou os portugueses a deixarem subitamente de fugir uns dos outros no passeio e agora se amontoarem em orgias de gente vestida?

O PSD e a varíola dos macacos
Eu cá não sou nenhum Vasco Pulido Valente (que já agora Pinto Balsemão detestava) mas admito que, com a idade, vou estando cada vez melhor vacinado para os ímpetos reformistas do PSD que têm o mesmo efeito na mudança estrutural do país do que uma aspirina contra a varíola dos macacos

Raúl Minh’alma, as finanças públicas e Eleanor Roosevelt
Quando em novo, escrevi que as mulheres eram o princípio ativo do universo, tinha tudo para vir a ser o Raúl Minh’alma dos anos 90. Mas fracassei. Não duvidem, no entanto, que mantenho a mesma convicção. E quem sabe não vou a tempo? Como ele diria e para fechar com chave de ouro, “todos os dias são para sempre”. Até lá, se quiserem esta crónica, minha, autografada por mim, João Villalobos, estou ao dispor

Não é a realidade que se engana
Nos tempos que correm, todos parecemos cada vez mais “injustas testemunhas”. Opinando com base em títulos de notícias que não lemos, escolhendo um lado e atacando o outro sem contemporizações, chamando “diálogo” e “debate” a pugilatos verbais

Os comunistas, soldados da paz
Os comunistas portugueses de agora, esses verdadeiros soldados da paz, já não admitem belicistas

O Orçamento do Estado, Nabeiro e um conto sufi
Lembrando Guerra Junqueiro, o poeta que também foi político: “O sorriso que ofereceres, a ti voltará outra vez”. Pay it forward é o mote do patrão da Delta. E também deveria ser o daqueles que fazem os Orçamentos do Estado, só Deus sabe depois de quantas bicas

Entre sovas e Kuznetsovas
A oeste uma estalada, a leste corpos minados. O contraste mediático é evidente

Onde não se fala da Ucrânia
Foquemo-nos no que é importante: já temos uma Assembleia da República cuja composição promete elevar as audiências do canal parlamentar até às alturas de uma Sport TV, já temos um Governo funcional e que não inclui Graça Fonseca e já temos a seleção numa caravela a caminho do Catar, para nos dar alegrias primeiro e lágrimas depois

Ucrânia e biscoitos de limão
Putin enviou esquadrões de execução contra o seu próprio exército com ordens para abater quem tentar fugir das tropas ucranianas. O mesmo que sucedeu em Estalinegrado, durante a 2ª Grande Guerra. A história repete-se, já o sabemos

Célia, Marcelo e a poeira dos dias
Procuro na memória um momento ao qual associar esta cor e aquele que me ocorre é o do meu corpo de criança queimado na película de Super 8, escurecendo derretida pelo calor, o clac clac clac da película solta na bobina

Entre a fome e o cozido de grão
Mesmo para este meu amigo que é uma excelente pessoa, diria até uma das melhores que conheço, neste momento, e a bem da verdade, a vida dos ucranianos só lhe ocupa uma das janelas abertas no browser das preocupações. As restantes são os problemas que já lhe entram pela porta adentro

As nossas vidinhas e a fadiga do mundo
Terão as nossas vidinhas espaço ainda para as histórias de ambos e outros como eles? As histórias de cá e de lá? “A indiferença é o sono da alma”, dizem-nos. Mas a alma também se cansa e tem sono, tantas vezes, nesta fadiga de sermos o mundo a que nos obrigamos todos os dias

A madrugada incandescente
Agora haverá novas mortes. Entre os que sobram, quem conseguirá ainda iluminar-se, por pouco que seja?
