Épocas de transição e indefinição sobre arrumos da distribuição de poder tendem a abrir algum campo ao exercício interpretativo de tendências, sinais, dados e dinâmicas em curso. A minha proposta passa por sete grandes áreas que estão a pautar os posicionamentos dos Estados e que tenderão a definir as suas estratégias nos próximos anos.
A primeira resulta da compatibilidade (ou não) entre estatutos de poder assumidos por excesso ou por defeito pelos EUA, Rússia, China ou Índia, fixando níveis de compromisso com o caos, a ordem ou a intermitência da coabitação. Acresce a este quarteto pouco harmonioso, a clarificação de poder da União Europeia e a sustentação das diversas potências regionais em África, no Médio Oriente, na América Latina e no Indo-Pacífico. A propensão em curso para um nacionalismo agressivo só terá antídoto no aprofundamento de círculos de integração regional, receita para a estabilidade que esbarra em incompatibilidades crónicas entre quem pode fazer a diferença.