O jogo está quase, quase a acabar. Está a chegar ao fim o “tempo regulamentar” de um Governo em que as diferenças entre os seus membros são cada vez menos disfarçadas, em que os conselheiros de Estado se reúnem sob um clima de indiferença e sensação de inutilidade, em que todo o País parece estar à espera que aconteça alguma coisa… que nunca mais acontece.
Chegámos ao tempo em que é fácil (facílimo!) chamar “ignorante” a Cavaco Silva (como fez Carlos César), dizer que “o papel de Vitor Gaspar está esgotado” (Bagão Félix), proclamar que “já estaria enforcado no Terreiro do Paço se fosse o primeiro-ministro” (Pedro Santana Lopes) ou até presenciar o abraço cúmplice entre António José Seguro e António Costa. Estamos no tempo em que as “claques” e os adeptos já não olham para o jogo, mas começam, isso sim, a vaticinar a próxima época.
No pouco que resta deste jogo, só três questões interessam: Passos Coelho aguentará o resultado? Conseguirá Paulo Portas marcar um golo? E pode Vítor Gaspar continuar a apitar?
O “tempo regulamentar” está quase terminado. Aproximamo-nos, portanto, do agora famoso minuto 92, que tanta coisa decidiu na última semana futebolística. É bom que os protagonistas de tudo isto se apressem a resolver o jogo, pois caso contrário ainda se arriscam a acabar a partida perante bancadas vazias e… ainda mais indiferentes ao resultado final.