As intenções podem ser as melhores mas… por vezes só mesmo na aparência. Seja qual for o lado da situação em que se encontre, aprenda a identificar o possível impacto e a evitar, ou a lidar, com as consequências deste tipo de comentários.
O amor não se procura, dá-se. Eu gosto mais de dar do que de receber.
Sim, o amor é incondicional e tal… e não deve ser cobrado como os impostos nem manifestar-se com carga dramática para garantir que é verdadeiro (para inglês ver, ou outra nacionalidade qualquer que não a nossa). Mas… o que acontece se alguém que só quer dar ficar em posição de receber?
“Ai, ficar a dever favores é que não… e eu tenho muito para dar”. E vender. Ou mesmo comprar, quem sabe… Obrigada The Beatles, vocês é que me compreendem: Can´t buy me love…
Eu não vou (ao hospital, à casa da pessoa doente, ao funeral) porque me faz impressão.
Não há como dizê-lo com toda a frontalidade, sinceridade, abertura e essas coisas todas mais uma. Uma pessoa tem direito a ser sensível. Ou hipersensível. Ou, até – em abono da verdade – insensível.
“Sabes, a tua presença é importante para eles”. “Ok, eu sei que a pessoa já morreu, mas é a filha, os miúdos, a precisarem de conforto, de um ombro amigo. Vá lá, não custa assim tanto”. E que custasse. Colocar-se no lugar do outro e ter de levar com ele, não obrigado(a). Vão vocês que eu fico aqui.
Ai se os outros fizessem por mim o que faço por eles… o mundo não era o que é.
Pois não. Provavelmente seria pior, porque a palavra espontaneidade seria um conceito abstrato e não uma realidade palpável. Vamos lá esclarecer: uma coisa é a partilha, outra é a reciprocidade. Outra ainda é a troca de favores com contabilidade organizada, com uma embalagem apelativa e pronta a consumir no registo “prove agora, pague depois”.
Bom, se calhar estou a exagerar. Fazer por si o que costuma fazer pelos outros sem que lhe peçam – talvez por isso muitos nem agradeçam – não só produz melhores resultados como tem um sabor mais genuíno, como a fruta não normalizada: não é a aparência que cativa, mas tudo o resto.
A vossa ideia é fantástica mas tenho uma ainda melhor. Vamos lá!
Quem tem estratégia vai ao leme. Nem todos podem orgulhar-se de ter a coragem e a descontração necessárias para mudar os planos do grupo a qualquer momento só porque há uma opção que se afigura genial e, só por isso, preferível ao que se combinou antes. Mude-se o dia, a hora, o local. Traga-se outro amigo também, ninguém levará a mal, certamente. Só é estranho que algumas pessoas pareçam contrariadas, insatisfeitas até, quando estava tudo a correr tão bem e prometia ser espetacular. Há gente difícil de contentar, que é “pobre e mal agradecida”. Das duas uma: não sabem divertir-se ou gostam de ser desmancha-prazeres.
Se não fosse você e o seu espírito empreendedor, ninguém fazia nada de jeito mas… já experimentou a versão “let it be”? Abrir mão do controlo, ao menos por um dia, diz quem já o fez, é bastante libertador. Aderir aos convites sem a tentação de mudar planos, por dar mais jeito ou por outra razão qualquer que a maioria não capta, pode ser mais divertido do que pensa.
Agradeço muito o convite! Lá estarei. Contem comigo. Ainda falamos.
Claro que sim. Na véspera ou no próprio dia, quando surgir algo de última hora que, na realidade, já era do seu conhecimento prévio, embora ninguém tenha de saber. Dar um “não”, além de difícil, é desagradável e pode beliscar a imagem simpática que tem elevada cotação social. Criar um plano B para o caso de o plano A falhar, tem custos. Justificar a ausência em cima do acontecimento ou depois de ter acontecido e sem grande sustentação é um deles. Tal como outros não perceberam, no imediato, a razão da sua inexplicável ausência, também você vai chegar lá, ainda que não seja logo. Portanto, pode continuar a contar com o plano B mas… é quase certo que ele não irá acontecer. O mundo é pequeno e nós somos muitos: há sempre alguém, amigo de alguém, que teve acesso a informação sobre si, casual ou intencionalmente. Nesse dia, a sua credibilidade já era.