Esta será uma noite longa e cheia de potenciais surpresas e volte-faces. “Com um mau resultado em Lisboa para Fernando Medina e Coimbra a passar para PSD, podemos estar perante um cartão amarelo para o PS, enquanto o PSD pode conseguir algumas vitórias políticas importantes”, sublinha Mafalda Anjos, diretora da VISÃO, no Olho Vivo Especial Autárquicas, que analisou as primeiras projeções e resultados preliminares das eleições.
Quando se esperava uma vitória clara de Fernando Medina, as primeiras projeções mostraram um empate em Lisboa que é um balde de água fria para as expectativas do PS. Como destacou Rui Tavares Guedes, diretor-executivo, é uma espécie de regresso ao passado. “Parece um regresso a 2001, em Lisboa, quando Santana Lopes derrotou João Soares por apenas 856 votos. Agora, vamos voltar a ter também uma longa noite de contagem de votos. A grande diferença, no entanto, é que há 20 anos, Santana Lopes derrotou uma coligação entre o PS e o PCP. Agora, a situação é inversa: temos uma coligação PSD-CDS a lutar voto a voto com o PS”.
“Com o fraco resultado de Fernando Medina nestas projeções, quem deve estar com um sorriso irónico é Pedro Nuno Santos: menos um, na corrida à sucessão no partido”, ironiza Filipe Luís, editor-executivo da VISÃO.
“É uma surpresa muito grande. Vai haver muita análise à votação do PCP em Lisboa. Tiveram 9,5% e agora as projeções apontam entre 10 a 13%. Vai subir e talvez tenha havido pessoas que se sentiram confortáveis a votar no PCP em vez de Medina. Quando for tudo somado, a esquerda não parece perder muito. Não é um descalabro da esquerda, é um descalabro de Fernando Medina”, destaca Nuno Aguiar.
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