No Olho Vivo está de volta nesta rentrée pós-férias. No programa de comentário político e económico da VISÃO desrta semana, falou-se da corrida autárquica e dos principais confrontos e de alguns desvarios e descarrilamentos, do congresso do PS e da sucessão de pseudo-sucessores e ainda de ódios de estimação disfarçados, como o de Balsemão e Marcelo Rebelo de Sousa.
As autárquicas foram o prato forte destra emissão. Para o PS, um resultado pior do que em 2017 será expectável, já que nas eleições passadas conseguiu um marco extraordinário. Já para o PSD, pode estar em jogo a continuação de Rui Rio à frente do partido. Depois de Rui Rio ter dito que seriam eleições decisivas, vem agora descer a fasquia, e sublinhar que as mais favoráveis ao PSD vão ser as de 2025 e não as deste ano. Porque nessa altura mais de 70 dos atuais autarcas do PS não poderão recandidatar-se. “Quer ganhar não ganham por competência, mas por falta de comparência do adversário!”, diz Mafalda Anjos, diretora da VISÃO.
Estas eleições autárquicas acabam por revelar um PSD com problemas de coerência, como ficou demonstrado pela invasão de cartazes de Suzana Garcia, candidata à Amadora, na cidade de Lisboa, inclusivamente em frente ao Parlamento. “É um contraste demasiado grande e é um bom resumo da liderança de Rui Rio. Alguém que prometeu capturar o centro e acaba dividido entre um candidato que vai ao centro e outra que faz o contrário e invade as fronteira do primeiro”, nota o jornalista Nuno Aguiar.
“É óbvia a esquizofrenia, mas deve questionar-se o próprio instinto de sobrevivência do partido. É impossível não ver na campanha de Suzana Garcia uma ambição maior do que ganhar a Câmara da Amadora, algo que será muito difícil. É uma candidata que pensa noutros voos, seja no PSD ou noutro partido. É estranho o PSD sujeitar-se a fazer de barriga de aluguer, não percebendo que está a ser usado”, acrescenta.
Sobre o Congresso do PS, a nota foi a ausência de história, o que fez com que as “estórias” se centrassem nos pseudo-sucessores. O facto de a bazuca ter sido tema de discurso político-partidário merece uma nota negativa. “O Plano de Recuperação e Resiliência não pode ser usado como trunfo na campanha para as autárquicas, como fez António Costa, no discurso de encerramento do congresso do PS”, disse Filipe Luis, editor-executivo da VISÃO.
As traições de Marcelo Rebelo de Sousa nas memórias de Balsemão foram outro tema em discussão.
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