Com números dos contágios e internamentos a melhorarem, as atenções voltaram-se para a próxima etapa: o desconfinamento. Quando e como desconfinar, afinal, eis a questão? Não existe ainda um plano conhecido com dados e metas objetivas, algo que era desejável. “O governo anda sempre a reboque do que pensa a opinião pública, e deixa que seja ela a decidir por ele”, sublinha Nuno Aguiar, jornalista da EXAME e VISÃO.
O pós-Páscoa mantém-se o momento esperado para o desconfinamento. “É preciso resistir à pressão e ter calma e segurança na reabertura, para não serem cometidos novos erros como os que aconteceram no natal. Mas para isso é fundamental a existência de um plano com linhas vermelhas bem definidas de confinamento e desconfinamento”, afirma Mafalda Anjos.
Um dos problemas é o fraco aconselhamento técnico do governo. Falta um orgão consultivo permanente para acompanhamento diário do estado da pandemia e a resposta a ela, que reuna o consenso científico a cada momento, sublinha a diretora da VISÃO.
O que falta também é “uma estratégia de testagem e de rastreio em massa”, explica Filipe Luis, editor-executivo. Que permita avaliar a cada momento o estado da situação pandémica para não se perder tempo na resposta.
Outro tema em análise foi o Plano de Recuperação e Resiliência, que se encontra em consulta pública, mas que tem não tem tido a discussão e envolvimento da sociedade desejável. As críticas ao documento assentam sobretudo sobre a dicotomia público versus privado, com as associações a reclamarem que há poucos apoios diretos para as empresas. São 4,6 mil milhões de euros previstos num total de de 14 mil milhões.
Nas notas finais, a recandidatura de António Guterres, a nova moda do Clubhouse e a loucura com a Gamestop estiveram também em destaque. E a infelicidade de Jorge Jesus, desesperado com a “pandomia”…
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