O Presidente parece cada vez mais desiludido com este Governo de maioria absoluta. Desanimado. É visível, perceptível. Marcelo, como eventualmente todos os portugueses, esperavam muito mais força, agilidade, estabilidade e capacidade do executivo que saiu das eleições. Não aconteceu, e a paciência presidencial parece estar a esgotar-se.
Durante sete anos, o Presidente afagou os Governos de António Costa, protegeu, agarrou, não deixou cair, e agora teria a expetativa de uma grande estabilidade governativa para os anos que lhe sobram em Belém. Nada disso está a acontecer.
É verdade, inquestionável, que nunca um primeiro-ministro em Portugal apanhou com tantas crises inesperadas, muito complicadas, e de difícil resolução. O Covid e a guerra, a que se soma a inflação, juros e a agitação no sistema bancário, nunca estiveram na agenda do PM, que inesperadamente teve de mudar o rumo de muitas políticas e ideias, por falta de tempo e capacidade.
O PR dá esse desconto, tenta puxar, mas nada parece avançar. É desesperante, para ele. E para todos. O PRR não desanda, a Educação está paralisada, a Saúde inquieta, e a Habitação revoltada. Melhor dizendo: há alguma coisa que esteja a correr bem? Não será esta a interrogação que todos os dias assola o PR?
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