Roubini acha que o “Credit Suisse” é demasiado grande para ser salvo. Será que vai ter razão, outra vez, como em 2008? O Banco Nacional Saudita, acionista, recusou-se a injetar mais dinheiro num dos maiores bancos do mundo, que tem ramificações e exposições por toda a Europa, e continente americano, mas o Banco Central, com o pressão do Governo da Suíça, acabou de dar garantias para tranquilizar os mercados. Vão ter de chegar a um «bail out»? É a dúvida de Nouriel Roubini.
Tudo isto acontece na véspera do Banco Central Europeu poder anunciar mais uma subida nas taxas de juro, como estava previsto. O que vai fazer a senhora Lagarde, e os seus cavaleiros? Avança para não mostrar fraqueza, ou perder a credibilidade, dando mais um tiro no sistema financeiro, ou fica quieta e fala sobre esta crise? Ninguém adivinha.
É certo, contudo, que a explosão do “Credit Suisse” seria um evento catastrófico para vários continentes. Não se compara, sequer, à queda do Lehman Brothers, que tinha alguma importância no sistema americano, mas muito pouca na Europa. A crise veio por arrasto do “subprime”. Mas este caso é diferente, e muito mais perigoso. É o sistema, em si mesmo, que pode colapsar. Por ondas, vagas, umas a seguir às outras.
Num dia, apenas, o FTSE 100 perdeu 75 biliões de libras, que é mais de um terço do PIB de Portugal. Se isto não é um alerta, uma linha vermelha, uma catástrofe iminente, então estamos todos a dormir. Que falta acontecer ao “Credit Suisse”? Uma corrida desenfreada ao levantamento de depósitos, ao resgate de fundos e à eliminação da exposição financeira. É o que está a acontecer, agora. Quem consegue travar esta explosão de nível nuclear? Ninguém, diz Roubini.
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