A exígua Moldova, e a crescente agitação interna fomentada pelo partido pró russo, está a colocar a presidente e o Governo à beira de um colapso. É esse o objetivo de Moscovo. Jogar esta carta para aumentar a confusão global. A maioria esmagadora dos seus habitantes quer uma adesão rápida à União Europeia, e a melhor garantia de segurança foi dado por Biden, há pouco tempo, quando foi a Kiev e à Polónia.
É o país certo para mais um avanço de Putin. Tem o tamanho do Algarve, mas sem o concelho de Vila do Bispo, que representa uma região autonomizada pelos russos, no colapso da União Soviética: a Transnistria, um ínfimo pedaço de terra que serve a narrativa e os interesses do presidente russo. É o país mais pobre da Europa, com menos de 3 milhões de habitantes, que tem o romeno como língua nacional.
O colapso das autoridades moldavas, uma democracia parlamentar, abriria um conflito nas costas da Ucrânia, e estaria perigosamente às portas da Roménia, membro da UE e da NATO. É o cenário ideal para quem quiser escalar o atual conflito. Chisinau, a capital, tem alertado para as manobras russas, está a tentar conter os ativistas paramilitares, mas a fragilidade das suas forças de segurança não permite um controlo seguro da situação.
A NATO está em alerta, tal como Bruxelas, que só não integrou a República Moldova na União por existir esse conflito fronteiriço interno. A primeira-ministra demitiu-se há pouco tempo, invocando incapacidade de conter a instabilidade, e o novo Governo nomeado pela Presidente tem ar de ser provisório. Os aliados têm de traçar mais uma linha vermelha, e desta vez sem perderem muito tempo. Uma vaga de mísseis russos, como a última contra a Ucrânia, colocaria os moldavos de joelhos, mas não vencidos. São tão corajosos e determinados como os ucranianos.
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