De repente, conhecido o desfecho político em resultado do relatório da IGF, a única pessoa que sai invulgarmente bem da confusão da TAP é Alexandra Reis. Parecia impossível, mas é verdade. Foi executada mediaticamente, mas pôs-se a jeito para isso. No final, espremendo tudo, serviu apenas para dar rosto à barafunda da TAP, do Governo, da oposição e dos media.
É fácil de ver: foi chutada pela nova CEO, que não a queria na administração, sabe-se lá a razão. Ofereceram-lhe um acordo de saída de 500 mil euros, que jamais pensou ser ilegal e nulo. Em boa verdade até poderia ser três vezes mais. Reagiu à fúria popular demitindo-se do cargo de secretária de Estado do Tesouro, sem nenhum gemido. Levou pancada de alto a baixo. Manteve-se calada. E agora vai devolver o dinheiro que recebeu, e que a IGF considera inadequado. É necessário explicar mais?
Parece evidente, conhecida a linha narrativa e factual apurada pela IGF, que a ex-administradora, e ex-secretária de Estado, e ex outras coisas, não foi a responsável pelas ilegalidades cometidas, ou desvios na condução de um processo simples, e é ela que se eleva com dignidade de toda esta balbúrdia. Alexandra Reis, afinal, não era a má da fita, nunca foi, e não será. Temos de lhe pedir desculpas.
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