O terramoto na Turquia e Síria, com a magnitude de 7.7, causou um rasto de morte e destruição quase sem paralelo, na história mais recente. Para uma escala que tem 9 graus, o 7.7 é aterrador, e as imagens são arrepiantes. Nos dois lados da fronteira. A corrida dos socorristas é desesperante, e as estimativas de mortes e feridos deverá atingir muitas dezenas de milhares, para não falar nos deslocados.
Os dois países sofrem sem limites, mas a Síria, e a região que foi atingida, revive o pesadelo da destruição e morte causada pela guerra civil. Aleppo, já não sendo coisa nenhuma, depois das tragédias militares causadas pelos russos, a mando de Damasco, voltou a entrar no inferno. Não é justo, não é concebível.
Já poucos habitantes sobravam naquelas ruínas – que mostram bem a tática russa de trucidar tudo com artilharia pesada – e mesmo assim foram castigados, de novo, por este violento abanão sísmico. É o fim do mundo para aquelas famílias sírias. O apoio é escasso, o regime não facilita a entrada de todos os que querem ajudar, e o país não tem capacidade instalada para socorrer.
Esta segunda tragédia na Síria é indescritível, e as imagens, de tanta destruição, vulgarizam o impacto. Não resta nada. O pouco que sobrava da guerra, naquela região da Síria, foi agora devastado, nivelado, aplanado. Na Turquia a tragédia é igualmente assustadora, mas este país não viveu, felizmente, uma guerra civil sem limites nem regras humanitárias. E pede ajuda, abertamente.
MAIS ARTIGOS DESTE AUTOR
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.