Não são 500, nem 250, mas apenas 36, as perguntas que terão de ser respondidas pelas potenciais escolhas do primeiro-ministro para o Governo. O questionário será colocado e preenchido antes da nomeação do Presidente, e ainda na fase anterior à potencial indigitação. É o mecanismo certo para o nosso sistema político e governamental. Responsabiliza quem responde ao inquérito, e protege quem escolhe e nomeia.
Sendo um procedimento estritamente interno e político, e confidencial, parece óbvio que as respostas terão de ser lidas e avaliadas pelo gabinete do PM, e dos ministros, e em alguns casos até poderão exigir um esclarecimento pormenorizado. As 36 perguntas, pelo que revelou a ministra da Presidência, cobrem todas as áreas vitais do percurso presente e passado do escolhido.
Este mecanismo deveria existir há muito tempo, sendo que o bom senso dos futuros membros será sempre um imperativo primário, e anterior a qualquer aceitação ou abordagem para integrar um Governo. O deslumbramento pode «matar».
A «Visão», num artigo aqui ao lado, explicou alguns dos sistemas de escrutínio prévio na Europa, mais ou menos exigentes, e intrusivos, e o nosso, neste formato, parece ter o equilíbrio certo, para a tranquilidade de todos, e será aplicado imediatamente. A primeira experiência, aliás, será decisiva para o Governo perceber se bastam as 36 perguntas, ou se terá de fazer um «teste americano».
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.