Na Assembleia, no debate da censura, o primeiro-ministro revelou que vai falar com o Presidente sobre um mecanismo, rápido e eficaz, que faça um escrutínio prévio a todos os candidatos a membros do Governo, para evitar as confusões que conhecemos. É uma excelente decisão, diga-se, e acompanha as melhores práticas nesta matéria, noutros países e continentes.
Cada vez mais, como disse o PR, existe um escrutínio político, mediático e popular que tem de ser levado a sério. Os futuros potenciais membros de um Governo, tal como todos os outros políticos que decidem a vida coletiva, estão «obrigados» a rever as suas carreiras profissionais e políticas, e em alguns casos até decisões pessoais, para evitar arrependimentos.
É complicado, intrusivo, e irritante, mas quem assume esses cargos sabe ao que vai. O que falta, na verdade, é uma verificação antecipada e preventiva de todas as situações que possam redundar num sarilho mal explicado.
É o que se faz em diversos países, sendo o caso mais emblemático o dos EUA, em que se aproveita o período entre as eleições e a tomada de posse para verificar e escrutinar todos os passos e percursos de futuros, mas não indigitados, membros para o executivo americano, ou para qualquer outra função pública de relevo.
É um processo confidencial e secreto, mas passando esse crivo, e sendo indigitado, o candidato ainda enfrenta o penoso interrogatório de uma comissão do Senado. O exemplo de escrutínio americano é um exagero, mas um «check-up» básico não dói nada, e previne muitos dramas.
(Tirando o primeiro parágrafo, de atualidade, esta coluna foi escrita a 28 de dezembro)
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