Zelensky foi à verdadeira frente de batalha, em Bakhmut, e depois a Washington para encontrar-se com o presidente Biden, com a mesma farda de sempre, sem galões nem pretensões, para receber a boa notícia de que vai ter as baterias de «Patriot», futuros equipamentos decisivos, e depois fazer um discurso no Congresso dos EUA, que aprova os biliões que ajudam Kiev.
Esta visita de Zelensky tem sido comparada à de Churchill, em plena II Guerra Mundial. Isto é a grandeza de um homem que teve de assumir, inesperadamente, o papel de comandante-chefe das Forças Armadas, e de presidente de facto da Ucrânia, sem nunca vacilar ou vergar.
Putin, em Moscovo, sem visitar nenhuma frente de combate, reuniu as chefias militares para distribuir condecorações, e anunciar as «novas armas» fantásticas, convencionais e nucleares, que vão virar a sorte da guerra em seu favor. As primeiras estão a esgotar, e as outras em alerta.
O oposto de Churchill foi Hitler, e este discurso do presidente russo tem comparação evidente com as armas «maravilhosas» que ele anunciava do bunker onde estava fechado, mesmo com bairros de Berlim já nas mãos dos exércitos da URSS. É a fraqueza de um líder alheado da realidade, fechado numa «bolha» de bajuladores – que espreitam uma oportunidade para fugir – e convencido de que ainda pode controlar os acontecimentos.
Certo é que os dois vão entrar em 2023 com a mesma glória e falta de vergonha, coragem e bazófia, grandeza e pequenez.
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