Os Estados Unidos, pela primeira vez, estão a ponderar o envio de baterias de mísseis «Patriot» para a Ucrânia, o que representaria, em número suficiente, uma total mudança na superioridade que a Rússia ainda tem em mísseis de médio e longo alcance. Os “Patriot”, para não falar dos THAAD, intercetariam os 20 a 30% que ainda passam a barreira formada por todos os outros sistemas enviados pelos aliados. Se a isto se juntar a sugestão, avançada na reunião da NATO, para o envio dos mais modernos tanques do arsenal europeu e americano, então os russos ficarão sem nenhuma margem para manter os territórios ocupados, ou atacar as infraestruturas vitais ucranianas.
A NATO não pode perder esta guerra, e muito menos os seus principais membros, como os EUA, Reino Unido, França e Alemanha. Por muitas alianças insensatas que o Kremlin faça com países marginalizados, para abastecer as suas tropas, nada se comparará à capacidade e qualidade do armamento ocidental, que tem uma ínfima utilização na Ucrânia. Estima-se que só 10% desse poderio militar inovador foi enviado para os ucranianos, e sempre com a restrição de ter de ser material puramente defensivo, e de curto alcance.
A NATO não está para empatar ou desertar. Sabe, com grande precisão, o estado e o poder de todas as forças armadas russas, e como as derrotar. E o teste em território ucraniano tem servido para alterar e reforçar muitas das prioridades defensivas e ofensivas da Aliança, apostando fortemente em armas e sistemas que poderão neutralizar qualquer tipo de ameaça. Em conjunto, os aliados têm essa capacidade tecnológica e industrial ímpar, e instalada, bem como os meios financeiros necessários.
A última grande arma russa é o Inverno, dizem os aliados, não esquecendo que também terá um efeito pesado e devastador nas tropas e populações dos territórios ocupados. Moscovo está sem capacidade para proteger os seus militares, com equipamentos adequados, e a pausa que tanto desejaria, nesta fase, não deverá acontecer. O Inverno não escolhe lados, não poupa estes ou aqueles, nem conhece limites.
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