Lula tem tudo para ser o próximo presidente do Brasil. Agora, ou no final do mês. As projeções à boca das urnas nunca falham no Brasil, mas o cenário político tem algumas semelhanças com Trump e Biden. Neste caso, em especial, o que se analisa não é tanto a vitória, mas acima de tudo a derrota de Jair Bolsonaro, um populista inconsistente, sem nenhuma estratégia ou bandeira política, que durante estes anos vagueou no Palácio do Planalto, em Brasília.
Bolsonaro, e não interessa agora quem está no seu espectro político, sempre tratou mal os portugueses, com arrogância, e sem o mínimo de delicadeza e sentido de Estado. Nunca visitou Portugal, e das vezes em que o nosso Presidente da República esteve no Brasil, foi enxovalhado acintosamente, de uma forma premeditada e ostensiva. Ninguém percebeu, aliás, como é que Marcelo aturou esse desplante.
Bolsonaro é um idiota, diz umas tolices inenarráveis, e quando comparado com Trump é um imbecil. Convém repetir, para evitar dúvidas: Bolsonaro é pateta, apalermado, e sem nenhuma consistência discursiva ou mental. Conta umas anedotas, diz umas tontices, e é um ignorante. É, contudo, o presidente do Brasil, por mais umas semanas, mas como nunca respeitou Portugal, em nenhuma circunstância, não merece nenhuma referência saudosa.
Lula não é propriamente um arcanjo, nem um nadador-salvador da política brasileira, mas foi um presidente eficaz, que estabilizou o seu país, e que tem a oportunidade, agora, de atenuar o desastre dos últimos anos. O Brasil merece reocupar o seu papel de grande potência regional. É uma nação democrática, e preparada para enfrentar estes tempos de incerteza, de crise, e de guerra. A presidência de Bolsonaro morreu.
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