A maior e melhor homenagem que se pode prestar a Mikhail Gorbachev é recordar, para quem viveu isso, a sua invocação do «My Way», de Frank Sinatra, para explicar que cada nação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), construída e mantida pela força, deveria seguir o seu próprio caminho, sem arrependimentos, nem tristezas ou remorsos.
Gorbachev adorava a letra do «My Way». Resumia, de forma esplêndida, tudo o que queria fazer. E fez, sem lamentos:
«And now the end is near
And so I face the final curtain
My friend, I’ll say it clear
I’ll state my case of which I’m certain
(…)
Regrets, I’ve had a few
But then again, too few to mention
I did what I had to do
And saw it through without exemption
(…)
I faced it all and I stood tall
And did it my way»
Hoje, milhões de cidadãos europeus são livres, e traçam o seu próprio destino, porque Gorbachev teve a infinita coragem de mudar um regime caduco e obsoleto. Também hoje, milhões de ucranianos lutam outra vez pela sua liberdade, e democracia, contra um fascista cruel e insensato, que nasceu e cresceu no KGB. Mikhail Gorbachev acabou com a URSS, e seguiu o seu caminho, serenamente. Morreu aos 91 anos.
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