A Casa Branca e o Pentágono estão em alerta vermelho com a visita de Nancy Pelosi a Taiwan, que deverá acontecer nas próximas 24 horas. A «speaker» norte-americana prepara-se, aliás, para passar a noite em Taipé, desafiando abertamente Pequim. Biden mandou reforçar o dispositivo naval na região, e depois da conversa com Xi Jinping, que correu muito mal, Washington prepara-se para uma dura resposta chinesa, que não será apenas verbal.
Tudo isto começou mal, e pode correr pior. Alguém violou o segredo sobre a viagem de Pelosi, isso desencadeou uma reação brutal da China, e do seu presidente, que está a semanas de ser reeleito pelo PCC, para o seu terceiro mandato. As ameaças chinesas levaram a que não pudesse existir um recuo da líder da Câmara dos Representantes.
Ninguém quer perder a face – uma expressão de grande peso político na China – e a Casa Branca colocou o comando combatente da Ásia em fase de alerta total. Os EUA não podem correr o risco de vacilar, ou deixar passar o que os chineses decidirem fazer, depois da «brincadeira com o fogo», porque isso causaria o pânico nos aliados da região, como o Japão, Coreia do Sul, Filipinas, e outros tantos. A viagem de Pelosi encerra um risco militar elevado, mas Biden tem de estar à altura dessa crise.
Pelosi nunca recuaria, e o drama passará agora para as mãos dos dois presidentes, e respetivas chefias diplomáticas e militares. Pequim quer mostrar que ganhou o estatuto de segunda potência mundial, com a qual não se pode brincar. O que acontecer poderá ditar o futuro de Taiwan, enquanto território independente, mas apenas reconhecido por 22 países, e fonte de permanente irritação da República Popular da China. Xi quer resolver esta disfunção, para ficar na História, e Biden tem nas mãos uma crise gigantesca.