Um dia destes, sem ninguém perceber, antecipadamente, Biden vai a Kiev abraçar e dar força a Zelensky. Todos os jornalistas acreditados na Casa Branca perguntam pela viagem e, invariavelmente, a porta-voz nega a existência de planos ou calendário. Parece o jogo das escondidas.
Esta é a fase e o momento em que Biden deveria ir a Kiev. Iniciou-se a batalha do Donbas, e os russos apostam tudo, militarmente, para conseguir uma vitória mínima. Tangencial. Qualquer coisa, que seja. Só existe um pequeno obstáculo: as forças militares ucranianas, que todos os dias estão a receber material de guerra. Os russos reforçaram toda a velharia disponível, porque já não há condições para repor o stock, e o moderno e versátil arsenal à disposição da Ucrânia vai fazer toda a diferença, uma vez mais.
Biden, por isso, tem de aparecer, quando lhe der algum jeito. É evidente que não pode ir com o tradicional aparato, «Air Force One» a aterrar perto da capital, mais dois helicópteros e duas «bestas», um batalhão dos serviços secretos, mas fardados, e algumas unidades das forças «Delta». Dá muito nas vistas. Talvez discretamente, com os óculos «top gun», e sem a comitiva de 200 assessores e jornalistas.
O presidente dos Estados Unidos, calhou ser este, sabe que a credibilidade do seu país, e a liderança que assume nesta guerra, só se manterá com a vitória dos ucranianos, e isso está a ser testado neste preciso momento. Uma visita a Zelensky, neste inferno, seria inesquecível para todos, incluindo para o senhor Putin.
Biden que se faça à estrada, de uma vez. Que dê um murro na mesa. Diz que não o deixam ir, mas quem é que manda naquela Casa Branca? São os homens de fato negro e óculos de sol? Ou os conselheiros de segurança e militares? É uma boa desculpa, mas não chega. Ser líder do mundo livre tem encargos, pesados, e é uma carga de trabalhos. As coisas são o que são.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.