Cada um saca da sondagem que quer. Rui Rio teve um fim de semana alegre, e um início muito animado. Uma tracking poll colocou o PSD na frente, mas já ficou outra vez em segundo lugar, e o mesmo movimento aconteceu agora, com outra sondagem. Rio está divertido, diz que já tem um Governo formado, ou quase – só pode ser a brincar – e pede a António Costa que se renda com dignidade.
Antes de tudo o mais, Rui Rio está incrédulo. Só pode. Como é que um primeiro-ministro em exercício, que partiu com uma vantagem de 10/12 pontos, pode sair derrotado deste referendo? Nem ele tem uma explicação, calcula-se. Correu-lhe bem o debate a dois, tem picado, todos os dias, António Costa, mas nada disso explica esta inversão de lugares. É a sério? Vai acontecer?
Isso pouco importa, porque em poucos dias se saberá. O que faz sentido, agora, para o líder do PSD, é sonhar que será o futuro primeiro-ministro de Portugal. E o futuro não quer dizer o próximo. Mas já ninguém lhe tira isso da cabeça: as escolhas para o Governo, e a vida em S. Bento.
Uma coisa já é certa: as expetativas do PS baixaram muito, e as do PSD estão no céu. A vitória de Costa será sempre de arromba, mesmo que mínima, e o não primeiro lugar de Rio um desapontamento. É a outra face das sondagens. Criam dinâmicas, precipitam conclusões, atiçam candidatos, e depois a noite eleitoral transforma-se numa grande chatice. Prudente, mesmo, é acompanhar a sondagem das sondagens, da RR e do «Politico», e validar se o resultado do jogo se inverteu. Não parece, por enquanto.