Quem tem 84,19% de vacinados, hoje, já tem os 85% amanhã. Não passa de uma projeção, agora que está na moda, mas a fasquia dos 85% da população totalmente vacinada deverá acontecer a qualquer momento. Ou, até, eventualmente, já aconteceu, e só saberemos amanhã. Não é adivinhação, informação privilegiada, ou faro apurado, mas se a vacinação completa, conhecida hoje, já está nos 84,19%, não parece difícil prever que os 0.81% estarão concluídos em poucas horas, ou num dia, ou em dois.
Calha ser antes das eleições, até é mais um foguete para o PS, mas as coisas são o que são: em nove meses, e com uma «task force» extraordinária, e o apoio do Governo e autarquias, e outras entidades, Portugal alcança a suposta, e desejada, imunidade de grupo, se é que ela existe no caso da Covid. Foi um trabalho notável, grandioso, excecional e impressionante de muitos milhares de pessoas, cujos nomes nunca saberemos, mas também dos que têm responsabilidades diretas na proteção das nossas vidas, como o Presidente, o Governo, o PM, a ministra da Saúde, a DGS e o Infarmed, e toda a equipa do almirante Gouveia e Melo. Que merece um reconhecimento e agradecimento nacional.
A «task force» foi um verdadeiro comando combatente, com um comandante chefe, que criou e manobrou um exército de profissionais, desde os enfermeiros aos transportadores, e toda uma cadeia infindável, e impossível de enumerar, que já conseguiu vacinar mais de 9 milhões de portugueses. É obra. E agora?
Agora é que convém ser negacionista: a pandemia não acabou, o vírus não desapareceu, e todos os dias há mortes e novos contagiados. Falta a terceira dose para todas as pessoas com mais de 65 anos, e também os de primeira linha, e com o tempo a passar esse reforço terá de ser universal. E também chegou o momento de Portugal, e a Europa, comprar e enviar milhões de vacinas, muitos milhões, para países e continentes esquecidos. E em muitos casos não basta apenas enviar, é necessário disponibilizar equipas para esse esforço global. De pouco nos servirá ter 95% da população vacinada, se o vírus continuar à solta pelo mundo fora.
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