O Centro de Controlo de Doenças dos EUA (CDC), com a credibilidade que tem, confirmou, num estudo realizado em 21 hospitais, entre março e agosto, o que a Mayo Clinic já tinha revelado há cerca de dois meses: a vacina da Moderna é a mais eficaz das três analisadas (Pfizer e Janssen). No pódio das que melhor protegem contra internamentos, a Moderna tem 93% de proteção, contra os 88% da Pfizer, e os 71% da Janssen.
O CDC também entende que estas diferenças resultam da quantidade de cópias de mRNA que as duas primeiras utilizam, sendo que no caso da Jassen é usado um vírus inativado. O estudo da CDC é inequívoco na quebra de imunidade das vacinas, e isso remete para a questão da terceira dose, ou de reforço, passados seis meses da administração. A vacina da Moderna, passados 120 dias, reduz a eficácia para 91%, e a da Pfizer cai para 77%. Com mais tempo, maior deverá ser a a redução.
Importa distinguir, contudo, as bases dos estudos da CDC e da Mayo. No primeiro caso analisou-se o impacto nos internamentos, e no segundo estudo, divulgado no início de Agosto, era verificada a eficácia das duas vacinas contra a variante Delta. E neste último caso, os resultados eram mais negativos: a imunidade da Pfizer cai para 42%, e a da Moderna mantém 76% de eficácia, sendo que no vírus Alpha, as duas doses da Pzifer eram 76% eficazes, e as da Moderna 86 por cento.
Com estes estudos, em casos reais, e com o tempo a permitir avaliar a robustez das vacinas, começa a ser inquestionável a administração de uma dose de reforço, na população que foi vacinada no início de 2021, particularmente os de primeira linha, e os de faixas etárias mais elevadas. E daqui a alguns meses também será possível verificar, com rigor, o impacto nos mais jovens, e apurar, de uma vez, a duração da sua eficácia e a necessidade da sua repetição universal. Dois estudos, de tantos outros, que permitem uma conclusão: a vacinação contra a Covid veio para ficar. E acabou-se a tese, lírica, de que tudo estará resolvido daqui a uns dias, ou umas semanas.
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