A dose de reforço das vacinas, Pfizer e Moderna, e também a da Janssen, deixou de estar em discussão nos EUA. Tem mesmo de ser dada, começando, outra vez, pelos hospitais, lares e idosos, a partir dos 60 anos.
Rochelle Walensky, diretora da CDC, e Janet Woodcock, da FDA não deixaram margem para dúvidas científicas: embora muito eficazes as vacinas administradas, «a proteção pode diminuir nos próximos meses, especialmente entre aqueles que estão em maior risco ou foram vacinados durante as fases iniciais da vacinação”.
Nos EUA, a terceira dose será iniciada a 20 de setembro, 7 a 8 meses depois das primeiras vacinações, e ao mesmo tempo que foi revelada a doação de mais de 500 milhões de doses a países pobres e com grandes dificuldades. Todos os países, em particular a Europa rica, têm de investir mais nessa ajuda crucial.
É urgente que Portugal se prepare para isso, e o primeiro-ministro já foi claro ao dizer que o Governo está pronto para esse esforço. Isto significa, infelizmente, que todo o processo vai repetir-se, como se nunca mais tivesse fim. Mas não há outra saída, outra forma, outra possibilidade.
A imunidade tem sempre um prazo. O vírus é que não. E mesmo que uma variante seja controlada, outra aparecerá para preencher esse espaço, e tenderá a vir sempre de países ainda muito longe de terem a sua população imunizada. Por tudo isso, e olhando para os outros, seria prudente a DGS tomar a sua decisão técnica e científica sobre o reforço vacinal, estabelecendo as prioridades e as idades. Setembro é já ali, e conviria não sermos os passageiros da última carruagem.
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