Pela primeira vez, desde março de 2020, há um plano sólido, claro e exequível para o desconfinamento. O primeiro-ministro (PM) anunciou as três fases da abertura, que se completarão, genericamente, em dois meses, a começar já no domingo, e percebeu-se, finalmente, que o grande pilar deste plano assenta no ritmo da vacinação completa, a única medida farmacologicamente eficaz.
Reconheça-se, também, que o Governo decidiu seguir à risca, tirando um ou outro caso, o plano dos especialistas ouvidos no Infarmed, e mostrou-se tranquilo com a entrega das vacinas, que permitirão cumprir este calendário. O desconfinamento vai passar a ser nacional, a matriz de risco apenas um instrumento de alerta, mas mantém-se a prudência de se poder atrasar ou avançar nas fases, em função da percentagem de imunidade. Hoje sim, o PM estava irritantemente realista.
Temos um Plano. Temos uma saída. Temos uma luz. Só não temos o fim da pandemia, e isso foi sublinhado por António Costa. E ninguém sabe, já agora, se não acontecerão mais sobressaltos com novas variantes. Mas o que interessa, agora, é vacinar tudo o que mexe, a partir de uma determinada idade, e acreditar que o vírus, e as suas damas, as variantes, ficarão contidos, reprimidos e confinados. Nem mais, confinados.
Nós abrimos, e o vírus confina. Já era tempo. Agora é ele que fica em teletrabalho, fechado na gaiola, em estado de emergência, com máscara e gel, e sem saber o que fazer à vida. E cada vez que quiser sair, ou escapar, terá uma vacina à porta. Bem feito.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.