Há três razões poderosas, imbatíveis, que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) deveria ter em conta, rapidamente, sem perder mais tempo e contar mais mortes, para aprovar o uso da vacina russa. Se fizer isso, a Europa resolve, de uma penada, a falta vacinas para os seus 440 milhões de habitantes. Senão vamos arrastar-nos durante meses e meses, e todos os calendários previsionais não passam de fé e adivinhação. A solução é fácil.
1º Razão: Ninguém acreditava na Sputnik, por ter sido das primeiras, e quase diretamente inoculadas sem as fases de testes. Mas para Putin, a ideia era genial: administrando coercivamente a todos, a começar pelos militares, os resultados teriam maior fiabilidade, uma vez que a amostragem era incomensurável. Também os americanos ficaram estarrecidos com o lançamento do satélite Sputnik I, nos anos 60, e isso foi uma vitória gloriosa (como gostavam de dizer) para URSS. Estava à frente na corrida espacial, na tecnologia, e na conquista do espaço. Agora têm uma vacina super e hiper testada.
2ª Razão: Ao envolver a Universidade de Oxford na análise da vacina, desde a fórmula aos resultados dos testes ao vivo, Moscovo ganhou mais duas jogadas: o selo de garantia de alguns dos melhores cientistas do mundo, e a validação da sua eficácia, igual ou superior às que já existem. Este era o passo fundamental para ser tomada a sério. Eles, os russos, sempre estiveram muito confiantes no seu produto, e tinham razões para isso: a fórmula foi “obtida”, pela certa, por um dos seus “Ciber Comandos”, e por isso seria sempre boa. Sacada a fórmula, o passo seguinte seria produzir e inocular. Sendo assim é indiscutivelmente boa, e eficaz. Melhor do que a da Astra, e a rivalizar com a Pfizer e Moderna.
3ª Razão: Tendo a fórmula certa e uma testagem ao vivo, com números maciços, a Sputnik aprovada pela EMA baralharia todo o jogo financeiro e de produção das outras vacinas, e desencadearia uma corrida sem precedentes na produção, distribuição e inoculação das que já existem. Esta razão, sem dúvida, é a mais poderosa de todas. A EMA que a aprove, os dados científicos não faltam, e a Europa atingirá a imunidade de grupo num piscar de olhos, com a corrida das outras . A Sputnik, 60 anos depois, pode voltar a surpreender-nos. Para já, e sem mais, Bruxelas deveria dar a entender que pondera comprar milhões de vacinas russas. Só isso bastaria. E se a Pfizer e a Moderna não inundassem o mercado, então que viesse a cópia.