- Finalmente o Governo parece estar iluminado. Terá percebido o erro. E está agora, à pressa, a emendar a mão. Era fundamental e mandatório que se fechassem as escolas num confinamento geral. A desculpa do prejuízo para a aprendizagem dos alunos seria sempre irrisória face à multiplicação de contagiados, internados e mortes. A questão, na verdade, nem se deveria ter colocado. Numa pandemia descontrolada, e já sem meios, não há falsos confinamentos. Ou tudo, ou nada dará resultado. Tarde, de novo, o Governo, eventualmente mal aconselhado, não percebeu, até hoje, que a variante inglesa do vírus era o fator de aceleração dos contágios, e que cada dia multiplica-se por milhares infetados. Tanto tempo perdido, tantos contagiados, tantos internados e tantas mortes têm de pesar em quem não se mexeu, não percebeu, e não atingiu a imensidão da catástrofe. A começar pelos que aconselham o Governo, o PR, a AR e tantas outras autoridades. Falhanço absoluto. Indesculpável. As reuniões do Infarmed não servem para nada. Nunca serviram, exceto para justificar as indecisões. E essa falta de suporte técnico indiscutível deu margem ao Governo para adiar, fingir, e fazer de conta. Ou para preocupar-se, apenas, com questões laterais e ridículas. Como fechar as universidades para a terceira idade. Ainda existem?
- Joe Biden, o 46º presidente dos EUA, fez um discurso inaugural notável. Adequado aos dias negros que se vivem, empenhado em voltar a unir os americanos, e acreditando, convictamente, que a luz, os dias bons, voltarão aos Estado Unidos. Um dos melhores discursos inaugurais. Foi curto, muito, mas com a mensagem certa. Não faria sentido, nestas circunstâncias, e numa cerimónia que tinha tudo de segurança e nada de festa, que Biden enunciasse um rol de princípios e desejos políticos da sua Administração. Biden concentrou-se na unidade nacional, a tarefa gigantesca que enfrenta agora. O resto vem a seguir. A economia, a política externa, a segurança nacional, a imigração e todos os outros temas que exigem a atenção presidencial. Sem olhar para trás, Biden causou uma excelente boa impressão. E a primeira impressão pode definir a sua Presidência, que é muito especial, que exige o dobro da atenção e trabalho, e que tem de funcionar como um calmante para a raiva política entre os democratas e republicanos. Biden mostrou-se sereno, sem avisos nem ameaças, e muito menos introduzindo temas dilacerantes, nesta fase. Não foi uma cerimónia grandiosa, tradicional e típica, mas teve toda, ou mais, muito mais, dignidade e impacto a nível nacional, e também, certamente, na Europa e em todos os países. Finalmente, quatro anos depois, estava ali um homem a pedir, com humildade, que confiassem nele e que acreditassem no que estava disposto a fazer. E a melhor credencial do novo presidente, aquela em que todos podem acreditar, mesmo não concordando com as suas políticas democratas, é que todos o conhecem há 50 anos. Com Biden não há surpresas diárias, impulsos incontroláveis, caos na Casa Branca, e Administrações disfuncionais. Mais sobressaltos não, por favor.
Governo errado. Biden certo
Tanto tempo perdido, tantos contagiados, tantos internados e tantas mortes têm de pesar em quem não se mexeu, não percebeu, e não atingiu a imensidão da catástrofe. A começar pelos que aconselham o Governo, o PR, a AR e tantas outras autoridades. Falhanço absoluto. Indesculpável.
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