«É o fim do princípio». Citar Churchill, ao receber a primeira dose da vacina contra o SARS-CoV2 em Lisboa, como fez o médico Fernando Nolasco, é plenamente merecido e adequado ao momento e diz tudo da luta em que todos nos envolvemos contra um vírus extraordinariamente contagioso, que em poucas semanas invadiu o mundo, espalhando medo, terror, e morte. Veio de longe, muito longe, levou tempo a ser conhecido e percebido, e alterou a vida das Nações, das pessoas e das famílias. Os que o renegaram pagaram caro, e os que agiram também não conseguiram.
Hoje, com o início da vacinação em Portugal, que vai ser um processo lento e penoso, por incapacidade de produção, de milhões ou biliões de doses, lançamos o contra-ataque contra a pandemia, mas é apenas, como disse Winston, no Dia D, «o fim do princípio». Muitos milhares ainda vão ser contagiados e internados, e muitos vão morrer, infelizmente, mas não há batalhas e vitórias sem vidas perdidas, afetadas e infetadas.
Agora começou-se a proteger e imunizar, e com o processo em andamento existirá um sentimento de alívio que não se vivia desde o início deste ano. É notável como no mesmo ano se apanhou com um vírus, vindo dos confins do mundo, e se produziram as vacinas, algumas delas com uma fórmula inovadora, que servirá para combater outras doenças, ou aperfeiçoar para combater as mutação. Esses cientistas merecem mais do que um Nobel coletivo, se possível: o da Medicina, e o da Química. Não descansaram, não perderam tempo, não desfocaram e não vacilaram.
Churchill, quando foi nomeado primeiro ministro, no seu primeiro discurso na Câmara dos Comuns, disse o que todos queríamos ouvir: «Qual é a nossa meta? Posso responder numa única palavra: Vitória! Vitória a todo custo, vitória apesar de todo o terror, vitória por mais longo e difícil que o caminho possa ser, pois sem vitória não há sobrevivência». Era esta Vitória que precisávamos: como pessoas, famílias e Nação.